Deixem a vossa marquinha *.*

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Capítulo 20 - Ressaca


A maré estava a começar a encher e o mar salgado e azul da ilha molhou-me os pés e foi aí que acordou. Pela posição do sol e pela maré calculei que fosse meio-dia. Meu Deus, como dormira tanto? Olhei em meu redor e as minhas roupas e as de Jack estavam espalhadas em nosso redor. Eu estava vestida somente com a minha camisa.
- Oh não... - pensei eu.
Tinha a cabeça a andar à roda e não me estava a recordar do que acontecera nas horas anteriores, mas o cenário que observava dáva-me essa resposta. Olhei para Jack. Estava como veio ao mundo e dormia profundamente. Eu peguei na minha roupa e vesti-me. Nem queria acreditar que tinha acontecido, o que não devia ter acontecido. o meu cinto estava cheio de areia, por isso peguei nele e sacudi-o e coloquei-o à volta da minha cintura. peguei nas garrafas que estavam espalhadas pelo areal e nem uma única gota de rum. - Jane Deverport, a partir de hoje nunca mais bebes! - repreendi-me.
Sentei-me novamente na areias para calçar as botas. Reparei que a minha camisa estava cheia de nódoas da bebida. Estava a ficar enjoada por ter bebido tanto na noite passada, e decidi levantar-me para apanhar vento na cara. As palmeiras da ilha abanavam. Olhei para a fogueira, e esta estava resumida a cinzas, que voavam com o vento. Precisava de comer algo. A fruta que recolhera há uns dias acabara.
Passados alguns minutos trouxe várias frutas. Jack continuava com a sua ressaca. Percebi que queria sair o mais rápido possível da ilha, por isso acendi novamente a fogueira, atirando as garrafas de rum lá para dentro, para que fizesse mais fumo, e para que não voltasse a beber. Depois do que aconteceu, certamente não iria pegar na bebida durante as próximas décadas, se sobrevivesse até lá...
O fumo vindo da fogueira acordou Jack. Este também ficou surpreso por se encontrar ali, sem roupa, e com uma ressaca do tamanho do mundo.
- Jane? - chamou-me.
- Ao menos podes vestirte? - pedi-lhe. bem, tinha de admitir que Jack era bem constituído, para a idade que tinha.
Jack sentou-se na areia e vestiu-se. - Jane, lembras-te de alguma coisa de ontem?
- Não, mas calculo o que se passou... - respondi-lhe.
- Exacto... - respondeu-me Jack. - Esquecemos o assunto?
- Completamente! - exclamei eu, atirando as últimas garrafas de rum para a fogueira.
Jack ficou espantado com a minha atitude, e ao mesmo tempo furioso. - O que é que estás a fazer ao rum?
- Acabou-se o rum! - protestei.
- Não tens esse direito! - reclamou Jack vindo na minha direcção.
- Jack, percebi que não suporto o trasandar a rum, e dispenso mais uma vez ficar bêbada! - disse-lhe eu voltando-lhe as costas.
- Não entendo qual é o teu problema, afinal estamos os dois sozinhos nesta ilha! - exclamou Jack. Como não lhe respondi Jack agarrou-me. - Jane, neste momento só me apetece dar cabo de ti.
- Não percebo porque é que não o fazes... - disse-lhe.
Preparava-se para me beijar, mas eu larguei-me e saí dali.
- Eu quero o rum de volta! - exigiu Jack.
- Atira-te para a fogueira se o queres de volta Jack! - gritei-lhe. - Comporta-te como um fraco que não vê mais nada do que os prazeres da vida! - eu estava completamente fora de mim com isto tudo. Peguei numa das garrafas que não fora queimada e atirei-lha. Desesperadamente tirou a rolha da garrafa e tentou beber as últimas gotas.
Estava a chegar ao meu limite com Jack. Parecia estar a entrar numa depressão e a única cura possível era a porcaria da bebida! De repente, olhei para o horizonte e vi velas brancas.
- Oh, meu Deus! - exclamei. - Jack! - exclamei correndo para junto dele. - Jack, estamos salvos! - mas Jack estava novamente estendido na areia.
Com ou sem Jack eu iria partir daquela ilha e iria cumprir o meu objectivo. Estava salva, e nada mais importava...

2 comentários: