Deixem a vossa marquinha *.*

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Capítulo 19 - «Um dia vais entender que há mais na vida...»


Jack deu-me a garrafa de rum e eu agarrei nela sem pensar, sentando-me na areia a beber. Olhava para o oceano e cada vez me dava mais vontade de beber e esquecer que estava perdida numa ilha com Jack. Este sentou-se ao meu lado.
- Espero que tenhas a noção que daqui a uns minutos estás fora do teu estado normal... - disse-me Jack.
- Não precisas de mo dizer Jack. - respondi-lhe. - Eu sei, como é que vou ficar!
- Vou tentar não ser mau e não me aproveitar de ti... - disse-me com a sua costume ironia.
- Jack, Jack, estás a violar a nona regra do código dos piratas... - afirmei eu.
- E que regra é essa? - perguntou-me.
- Segundo o nosso código, se te intrometeres com uma mulher sem o seu consentimento, sofres morte certa. - expliquei-lhe eu.
- Hum, mas quero recordar-te de que não estamos a bordo do navio, o que automáticamente invalida essa regra. - respondeu-me aproximando-se de mim.
- O que significa que poderei enfiar-te uma bala entre esses olhos castanhos, sem regras que me impessam de o fazer! - exclamei eu sorrindo para Jack. Este deitou-se no areal descontraidamente. Por ele, ficávamos os dois sozinhos neste fim do mundo, sem nunca olhar para trás. Eu podia sempre enganá-lo e deixá-lo sozinho na ilha. mas eu precisava dele. Não me esquecera do meu objectivo de encontrar Black Diamond.
- Jane... - chamou-me. - Já que vamos ficar aqui na ilha por tempo desconhecido, podíamos conhecer-nos melhor.
- Nós não vamos ficar aqui muito tempo Jack. - assenti eu. - Contigo ou sem ti, eu vou sair daqui!
- E eras capaz de me deixar aqui sozinho, neste fim do mundo? - perguntou-me.
- Morto, se preferires! - exclamei eu levantando-me.
- Apenas descontrai Jane! - pediu-me Jack agarrando-me. - Porque é que não aproveitas a vida?
- Jack, eu não sei o que é viver... - confessei-lhe. Vários pensamentos invadiram a minha mente. Notei que Jack prestava mais atenção. - Desde que eu perdi o meu pai, eu não sei o que é isso de aproveitar a vida...
- Jane... - disse-me Jack pegando-me na mão. - Não acho que seja justo ficares tão presa à figura do teu pai para sempre.
- Ele continua vivo, dentro de mim. - respondi-lhe. - Eu sei que ele está aqui, comigo Jack. - fiz uma pausa para suster as lágrimas. - Nada era mais importante do que ele na minha vida. Mas eu tenho a noção de que tenho que conseguir seguir em frente sem ele.
Jack aproximou-se cada vez mais de mim, abraçando-me. - Os meus pais também morreram. - começou Jack por dizer. - Não conheci a minha mãe, e mal conheci o meu pai. Fiquei sozinho muito novo, e acabei por me adaptar à vida na rua.
- Lamento. - disse-lhe.
- Jane, tu tiveste um pai que te viu crescer, que te fazia sorrir, e eu só tive o meu durante cinco anos. - desabafou Jack.
- Como é que sobreviveste? - perguntei-lhe.
- Sobrevivendo Jane. - respondeu-me com um sorriso falso. - Fui acolhido por uma família, mas aos onze anos acabei por sair dali. Senti que não pertencia ali. Queria aventuras, confusões, coisas que me fizessem crescer. Agora, com esta vida, sinto que posso ter isso tudo. - Jack retirou-me a garrafa da mão. - Jane, um dia vais entender que há mais na vida do que ficarmos presos a alguém que já partiu.
- E como é que eu sei isso? - perguntei-lhe.
- Saberás um dia. - respondeu-me.
Jack estava a poucos centímetros de mim. Olhei-o nos olhos. Estavam castanhos escuros, por causa da luz da fogueira. Acariciei o seu cabelo comprido e despenteado.Jack aproximou o seu rosto do meu. Beijou-me de seguida e eu correspondi. Eu sabia que não estava no meu estado normal - tinha uma quantidade enorme de álcool no sangue -, mas mesmo se tivesse iria estar na posição em que estava com Jack. Deitámo-nos na areia e assim ficámos até as chamas da fogueira se transformarem em cinzas...

domingo, 27 de junho de 2010

Capítulo 18 - Saudade

- Ai Jane admiro-te tanto! - exclamou Jack.
- Estás mesmo bêbado Jack! - afirmei eu.
- Já tinha saudades de me sentir assim...louco! - exclamou Jack levantando a garrafa de rum. - Jane Deverport, eu sou o Rei desta ilha.
- Definitivamente bêbado! - exclamei eu.
Como estava a ficar de noite decidi acender uma fogueira. Estava a arrefecer, e precisavamos de algo para nos aquecermos.
- Eu vou arranjar o jantar! - disse-me Jack.
- Ai sim? - perguntei. - E como é que o vais fazer?
- Sou um excelente pescador... - assentiu Jack levantando-se.
- Com essas tuas figuras, vais acabar por afugentar o jantar! - piquei-o eu.
Jack perdeu o equilíbrio e caiu sobre o areal. Eu não me consegui conter e comecei-me a rir imenso. Aproximei-me dele e ajudei-o a levantar-se.
- Foi uma pausa que tive de ter! - exclamou Jack.
- Tu tens consciência do que estás a fazer? - perguntei-lhe.
- Talvez... - respondeu-me, agarrando-me. - Mas para isto estou perfeitamente consciente. - Beijou-me, mas afastei-o imediatamente. - Desculpa Jane, tu ainda não estás bêbada o suficiente para te deixares levar... - disse irónicamente.
- Não me persuadas dessa maneira Jack. - aconselhie-o irónicamente. - Eu tenho perfeita consciência do que faço.
- Gosto disso em ti! - exclamou pegando novamente na sua garrafa - Rum?
- Não obrigada.


Duas horas depois a fogueira já estava bem acesa. Eu tinha esperança de que algum navio passasse por ali, mas era noite cerrada. Queria sair dali o mais depressa possível. Tinha o coração nas mãos só de imaginar que o Sr. Thomas podia estar ferido, ou até mesmo sem vida. Não podia perdê-lo. Perdi um pai e não iria suportar outro. Meu Deus, como eu sentia a falta do meu querido pai. O meu mundo ficou mais vazio quando ele partiu, e nunca o iria conseguir ocupar. Olhei para Jack. Estava a ressacar deitado de barriga para cima a dormir e com a garrafa de rum na mão esquerda.

Afastei-me da fogueira e de Jack e dirigi-me ao oceano. A noite não estava muito fria. Sentei-me junto à costa e admirei o oceano. Era lindo, infinito e indomável. Ao olhar para o oceano só me vinha a imagem do meu pai à cabeça. Era como se ele estivesse ali ao meu lado. Como se eu estivesse a ouvir a voz dele. Desejava que ele não desaparecesse, por isso continuei a olhar para o oceano. Enquanto o fizesse, o meu pai estaria ali, ao pé de mim. Um sentimento de saudade invadiu o meu coração e a minha alma.

A tua partida foi uma dor
Incurável no meu coração
Eras o meu navio,
O meu porto de abrigo
Aprendi a crescer contigo
Mas partiste cedo demais...
Antes de me ensinares a viver
Dava tudo para voltar a
Ouvir aquela tua voz grave e encantadora
Nunca estive preparada
Para te dizer adeus
E nunca o vou estar
E vou esperar que
De uma maneira ou de outra
Me ensines a viver...


Dei por mim a cantar para o oceano e Jack ao meu lado a ouvir.
- Sentes muita falta dele, não é? - perguntou-me.
- Ele nunca devia ter partido... - respondi eu.
- A vida não é justa Jane... - disse-me Jack dando-me a mão. - Anda, está tudo bem...
- Dá-me rum Jack! - pedi-lhe.
- Desculpa? - perguntou-me.
- Dá-me rum, já! - ordenei-lhe.
Não queria saber, estava ali naquela ilha e nem sabia se amanhã iria ficar ali ou sair dali, porque não aproveitar o resto da noite?

sábado, 26 de junho de 2010

Capítulo 17 - Ilha

Por momentos vi a minha vida a perder-se. Uma única onda forte podia tirar-ma. Nunca lutei tanto por sobreviver como naqueles minutos. Mas a tempestade passou e acabei por me perder no sono em cima daquele caixote ao lado de Jack...
Acordei com os raios de sol a baterem-me na cara. O mar estava tão calmo, nem parecia que anteriormente uma tempestado passara por aqui. Mas eu não sabia onde estava. Apenas vi uma ilha bem lá ao fundo.


Ainda faltavam algumas milhas de distância, e sentia-me fraca para nadar até lá. Sabia apenas que a corrente estava a ir em direcção à ilha e acabei por adormecer novamente.
O caixote chegou à costa. Jack caira por cima da areia fina e branca. Saí do caixote e fui confirmar se Jack ainda respirava. Para minha felicidade, ele estava bem, apenas estava a dormir, e deixei-o estar. Ainda estava atónita por ter sobrevivido e estar numa ilha deserta com Jack. Eu nem sequer tinha uma bússola para me orientar. O que tinha de fazer era esperar que algum navio passasse por ali e nos desse uma passagem. Sentei-me no areal a pensar se a minha própria tripulação estaria viva a bordo do Destiny. Como estaria o meu querido Sr. Thomas? E Lyeel e Marcus? Só o tempo dar-me-ia essa resposta...
Tinha a minha roupa toda encharcada. Levantei-me e tirei os sapatos velhos e molhados, deixando-os a secar. Retirei o meu colete e estendi-o em cima do caixote. Observei a ilha. Parecia ser pequena com palmeiras a rodear toda a costa. Mas não me deixei ficar só pelo o que via e decidi conhecer o local onde estava e iria ficar certamente durante os próximos dias.
Por detrás das palmeiras estava uma enorme vegetação. Comecei a sentirme em casa. Aquele ambiente lembrava-me África, um lugar que eu já sentia uma enorme saudade. Tanta coisa mudou desde que abandonara o meu ninho.
Pequenas cobras rastejavam ao meu lado. Continuei a caminhar pela vegetação até que encontrei um pequeno rio com uma pequena cascata. "Fantástico" pensei eu. Aquela frescura toda estava a chamar por mim. Despi-me e entrei lá dentro, mergulhando assim que consegui. A água estva fresca e tirou-me logo o calor que eu tinha. Era água potável e eu já estava quase a morrer de sede. Ao mergulhar naquela água senti-me renovada e comecei a sentir uma nostalgia. Durante os minutos que ali tive senti-me uma outra Jane Deverport. A menina pequena que adorava perder-se na selva de África, e nõ a Jane Deverport que eu era naquele momento. Não demorei muito, pois Jack devia estar a acordar, e certamente queriria saber se eu me encontrava viva. Saí rapidamente e escorri o meu cabelo . Eu iria querer voltar a mergulhar naquelas águas. Vesti as calças e a minha camisa e corri para a praia.
Jack ainda estava a dormir.
- Está na hora de acordar Sr. Nilton! - exclamei eu para mim. Fui buscar um dos meus sapatos e enchi-o com água do mar e entornei-a por cima de Jack.
- Mas que raio? perguntou ele irritado.
- Hora de acordar! - disse-lhe, rindo-me também da sua cara de irritado.
Jack esfregou a cara. - Onde estamos Jane?
- Numa ilha deserta. - respondi-lhe. Abri o caixote para ver o que lá estava, e apenas transportavam garrafas de rum.
- Repara no destino Jane! - exclamou Jack com as suas habituais ironias. - Nós os dois, sozinhos neste fim do mundo, sem nais ninguém, com rum.
- Chamas a isto destino Jack? perguntei-lhe-
- Jane, se sobrevivemos foi por alguma razão. - disse-me. - Podemos ficar aqui para sempre, os dois.
- Não obrigada! - exclamei eu levantando-me.
Jack pegou numa das garrafas de rum. - Ao menos tenho isto para me satisfazer...
- Eu não quero ficar nesta ilha Jack! - afirmei eu.
- Porque não? perguntou-me. - Tens tudo o que uma mulher possa desejar, praia, rum e um homem solteiro.
Aproximei-me dele com uma expressão de desprezo. - Eu vou sair daqui Jack. Sozinha ou contigo eu quero e vou sair daqui!
Jack agarrou-me no braço. - Jane, por momentos esquece quem és, e aproveita a vida.
- Eu não sou como tu Jack... - respondi-lhe. - Eu quero saber como estão os outros! Não sou egocêntrica ao ponto de querer ficar nesta ilha para sempre contigo. - larguei o meu braço e saí dali.
- Mulheres...


Horas mais tarde eu já tinha recolhido fruta suficiente para a minha sobrevivência durante algum tempo. Jack continuava a enfrascar-se de rum. Aproximei-me dele observando as figurinhas tristes dele.
- Tu não és um homem, tu és um fraco! - exclamei eu.
- Jane, os homens a sério também bebem. - disse-me oferecendo-me uma das garrafas. Eu inha a noção que ele dentro de algumas horas estari mais bêbado do que nunca. Eu tinha a tentação de beber, mas não o poderia fazer. Ficaria logo bêbada só com um pouco de rum no sangue.
- Aposto que nunca imaginaste que iríamos acabar assim os dois... - disse-me Jack.
- Eu nunca imaginei nada contigo Jack. - respondi-lhe. - Além disso, isto não é o fim.
- Bem, nesse caso, devias beber. - desafiou-me Jack. - Já que não é o fim e que ainda tens muito que viver, qual é o mal de cometeres uma loucura hoje?
Ele estava a convencer-me. Sentei-me ao seu lado e peguei na garrafa de rum. Jack poisou o braço no meu ombro. Eu abri a garrafa. - À nossa Jack Nilton!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Capítulo 16 - Tempestade

O jantar foi calmo. A minha tripulação já estava a necessitar de paz por alguns momentos. Como sempre, fiquei no topo da mesa, e ao meu lado estavam o Sr. Thomas e Jack. O Sr. Thomas não tirou os olhos de Jack nem por um segundo. O seu olhar matador estava a deixar Jack receoso. Discretamente, eu e Jack entrelaçámos os dedos da mãos. Numa coisa o Sr. Thomas tinha razão. Eu não me podia envolver com Jack. Era demasiado perigoso para mim, o que acentuava ainda mais a minha vontade de ficar com Jack.
Quando o jantar acabou, fui para ao pé de Lyeel, que estava no leme. O meu fiel companheiro estava feliz por estar a conduzir o nosso navio. Adorava fazê-lo. Seguia os seus instintos e levava-nos até ao infinito.
- Estás a fazer um trabalho incondicional Lyeel! - elogiei-o eu.
- Obrigada capitã! - agradeceu Lyeel com um sorriso. Era um sorriso bastante jovem. Lyeel devia ter apenas alguns anos a mais de que. Tal como eu, tinha a vida toda pela frente e estava comigo ali, num navio de piratas, sem um futuro garantido baseado na procura de aventuras e de tesouros.
- Agradeço muito a tua honestidade e a tua lealdade para comigo Lyeel! - agradeci eu.
- É um prazer servi-la capitã! - exclamou Lyeel olhando para mim.
- Foi esta vida que imaginas-te para ti? - perguntei-lhe.
- Eu nunca quis ter um estilo de vida para mim. - começou por dizer. - Acho que o destino guia as nossas vidas. O que tiver de ser, será, e não há nada que se possa mudar. - Lyeel fez uma pausa para tossir devido ao frio daquela noite. - Acho que o destino escolheu esta vida para mim, e até gosto. Nunca sei se vou sobreviver amanhã ou depois...é o grande mistério da vida. - Lyeel poisou os braços no leme e sorriu para o horizonte. - Viver, é uma grande aventura.
- É uma grande aventura, com desilusões no meio. - desabafei eu.
- Aos cinco anos assisti à morte do meu pai. - desabafou ele. Nesse momento tomei mais atenção. - Ele foi enforcado por ser pirata. - disse, deixando-me espantada. - Ironia do meu destino, acabei por me tornar pirata. Por um lado, eu queria ser pirata por me vingar dos que mataram o meu pai...
- Lyeel... - as lágrimas vieram-me aos olhos, só de pensar que o meu pai morreu por causa da procura incessante por um pirata, e eu estava a seguir os seus passos, para acabar com a vida desse mesmo pirata.
- Capitã, nunca desista do seu objectivo de encontrar Black Diamond! - interpretei aquela exclamação dele como uma ordem, mas ao mesmo tempo como palavras de confiança.
Eu estava mesmo contente por ter falado com Lyeel e de ter desabafado com ele que lhe dei um abraço.
- Tenho toda a confiança em ti Lyeel! -disse-lhe eu.
Ele retribuiu e aconchegou-me ainda mais a ele.
- Hum! - exclamou Jack. - Espero não estar a interromper nada... - disse Jack um pouco chateado.
- Jack? - exclamei. Lyeel largou-me e voltou para o leme.
- Bem, eu vou lá para baixo! - disse Jack virando-nos as costas e desceu as escadas.
Fui atrás dele e agarrei-o no braço. - Que atitude foi esta?
- E em mim, não confias? - perguntou Jack ciumento.
- O facto de me ter salvo a vida Sr. Nilton, não implica que eu lhe entregue toda a minha confiança. - respondi-lhe elevando o meu tom de voz.
- E o que é que eu tenho de fazer para mostrar que sou digno da tua confiança? - perguntou-me.
- Descobre sozinho... - respondi-lhe eu voltando-lhe as costas e fui para o meu camarote.


Fiquei cerca de uma hora a olhar para a janela. Uma nuvem cinzenta aproximava-se do Destiny. O mar estava agitado e o vento soprava bastante. Comecei a temer o pior, por isso dirigi-me para o convés.
- Jane, temo o pior! - exclamou o Sr. Thomas.
Olhei para o céu e reparei que a nuvem aproximava-se cada vez mais. Já se ouviam trovões. - Lancem as velas! - ordenei eu. - Começou a chover torrencialmente, e as ondas do mar estavam com uma fúria incrível. Eu, Jack e Lyeel estávamos no leme. Lyeel não o conseguia controlar sozinho e eu e Jack estávamos a tentar ajudá-lo.
- O vento estás muito forte! - gritou Lyeel.
Reparei que os meus homens estavam com dificuldade com as velas e desci as escadas para os ir ajudar.
- Jane volta aqui! - pediu Jack.
Corri para o convés. As ondas do Atlântico invadiram o Destiny, o que me fez escorregar. Magoei o braço mas levantei-me novamente. O Sr. Thomas estava agarrado ao mastro. Eu estava a entrar em desespero ao ver o Destiny a ser levado pelas ondas.
Olhei para trás e vi Jack estendido no meio do convés.
- Jack! - gritei eu correndo para junto dele. Virei-o e fiz pressão no peito dele, o que o fez cuspir a água salgada. Ele continuou a cuspir água. - Ainda bem que estás bem! - exclamei eu ajudando-o a levantar.
Marcus segurava uma das cordas das velas, deixando-a seguidamente escorregar e o mastro que a segurava veio na nossa direcção. Numa questão de segundos o mesmo atirou-nos a água. O embate na água foi forte e as ondas do mar enrolavam-me com uma força de outro mundo. Consegui chegar à superfície, mas não conseguia alcançar as escadas do navio. O balanço do navio fez derrubar alguns barris e caixotes e os mesmos sairam da borda do navio. Jack veio à siperfície e agarrou-se a um dos caixotes. Nadei até Jack e ele ajudou-me a subir para o mesmo.
- Temos que regressar ao navio Jack! - gritei-lhe eu a chorar.
- O navio já lá vai Jane! - disse-me agarrando-me o braço. - Vai ser uma sorte sobrevivermos os dois!
- Eu vou voltar ao meu navio! - gritei saindo do caixote. Jack agarrou-me o braço ainda com mais força. - Larga-me já!
- E deixar-te morrer afogada? - perguntou-me Jack enraivecido.
- De qualquer maneira vamos morrer os dois Jack, por isso deixa-me morrer com dignidade! - protestei.
- Chamas ir atrás do teu navio morrer com dignidade? - perguntou-me Jack. - Eu não te largo Jane!
Acabei por ceder e voltei a subir para o caixote. Ficámos agarrados ao caixote sem saber o que nos iria acontecer.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Capítulo 15 - Marcha

Acodei deitada na minha rede. Estava coberta de ligaduras e só sentia dores por tudo o que era sítio. Não me recordava bem do que é que se tinha passado, mas a imagem do capitão surgiu na minha cabeça, o que me arrepiou a espinha. Mas tinha que esquecer esses momentos. Estava viva e nada mais interessava. A minha cabeça aos poucos ia conseguindo manter as coisas nítidas. Levantei-me devagar pondo a minha mão por baixo do meu peito, e dirigi-me para a porta. Jack abriu-a e entrou no meu camarote.
- Jane! - exclamou Jack sorindo por me ver bem.
- Olá Jack! - cumprimentei-o, tentando sair.
- Aonde é que vais? - perguntou-me Jack, impedindo-me de sair.
- Preciso de ver se todos estão bem! - exclamei eu tentando sair.
- Jane, tens que repousar. - ordenou-me Jack. - Ontem perdes-te muito sangue.
- Mas agora estou bem! - exclamei. - Deixa-me sair Jack!
- Tu és sempre assim tão teimosa? - perguntou-me.
- E tu és sempre assim tão...tão... - dei-lhe uma cotovelada e saí porta fora.
Jack agarrou-me pela cintura. - Desculpa, mas tenho ordens expressas do Sr. Thomas para não te deixar sair!
- Larga-me imediatamente Jack Nilton. - ordenei-lhe eu.
- É preciso amarrar-te? - perguntou Jack.
- Não! - gritei aterrorizada lembrando-me do que aocnteceu na noite passada. - Não me deites ali Jack por favor!
Jack pousou-me no chão e reparou que eu estava a tremer e a chorar. - Jane, desculpa! - disse-me abraçando-me. - Eu vou proteger-te Jane, nenhum homem vai voltar a pôr as mãos em ti! - o corpo de Jack estava quente e eu pousei a minha cabeça no seu corpo.
- Aquela rede vai ser atirada ao mar, para que se afunde para sempre nas águas do atlântico! - levantei-me e cortei as cordas da rede com a minha faca, ainda manchada de sangue do capitão. - Ele teve o que mereceu. - disse olhando para a faca. - Puxei a rede, abri a minha janela, e atirei-a para o mar.
Jack aproximou-se de mim e pôs a sua mão no meu braço. - Está tudo bem Jane!
- Obrigada por me teres salvo a vida. - agradeci-lhe.
- Consegui cozer a tua ferida. - respondeu-me.
- Foste tu quem me cozeu? - perguntei-lhe atónita com o que ele me contou.
- Sim, mas não te preocupes que portei-me como um profissional... - disse-me, por fim.
Fomos os dois para o convés. O Sr. Thomas assim que me viu correu para me abraçar.
- Jane! - exclamou o Sr. Thomas. - Não imaginas a alegria que me dás!
- Também estou feliz por estar vivo Sr. Thomas. - disse-lhe eu abraçando-o novamente. Lyeel e Marcus estavam vivos, assim como Till e Richard. Fiquei feliz por vê-los bem e vivos.
Seis homens da tripulação inimiga estavam feridos, mas vivos. Iria ser punidos. Estavam de joelhos lado a lado tremendo por tudo o que era sítio.
- Que vai ser dles capitão? - perguntou-me Till.
- Vão ser abandonados numa ilha deserta, onde acabarão por morrer á fome. - disse-lhe eu. - Ou então, para acabar com o sofrimento de uma vez, andam aos tiros uns aos outros. - Sr. Nilton?
- Sim capitã? - perguntou-me Jack. - Trate de arranjar uma pistola para cada um destes senhores. - respondi-lhe eu. - Ah, e uma bala em cada pistola!
- Sim, capitã! - respondeu-me Jack.
Em duas horas avistámos a costa de uma pequena ilha. Era estranho castigar homens que tiraram a vida aos meus. Sempre estivera habituada a castigos, pois os meus pais faziam sempre questão em castigar-me quando eu chegava a casa com as roupas todas rasgadas por andar a brincar na savana.
Colocámos a prancha no navio, e todos eles marcharam em relação a ela. Estavam com os pés e com as mãos atadas. Colocámos a pistola na mão de cada um. Iam marchando como de uma cerimónia se tratasse. Um deles armou-se em esperto, disparando contra a tripulação, ferindo só de raspão Richard. Dei um pontapé na prancha, o que a fez vibrar, e todos os homens acabaram por cair ao mar. Dei ordem para partimos e deixamos aquelas seis almas perdidas em alto mar.

Era fim da tarde. O céu estava escuro como a noite. Iria haver uma grande tempestade, por isso todos estávamos no interior do navio. Eu estava no camarote do Sr. Thomas sozinha a analisar os mapas de El Dourado.
- Como está a tua ferida Jane? - perguntou-me o Sr. Thomas entrando no seu camarote.
Pousei a lupa e o mapa em cima da secretária. - Está melhor, Sr. Thomas.
- Precisas de repousar Jane! - aconselhou-me carinhosamente o Sr. Thomas. - Ontem quase que te perdi.
- Estou viva Thomas, eu só quero esquecer o dia de ontem. - pedi eu ao Sr. Thomas.
- Claro querida. - disse-me o Sr. Thomas sentando-se ao meu lado. - O Lyeel está no leme, e eu vim falar contigo.
- Sim, diga.
- Jane, ainda vais a tempo de desistir. - disse-me o Sr. Thomas - Tu já arriscas-te demais querida.
- Eu sei o qeu estou a fazer Thomas. - respondi-lhe eu com um tom ligeiramente mais grave. - Eu não vou desistir desta vida, só porque todos os dias me ponho em perigo. Eu escolhi esta vida para mim. - Levantei-me e comecei a dar votlas pela mesa.
- Tu és uma das pessoas mais corajosas Jane. - elogiou-me o Sr. Thomas. - Mas a pior coisa que me podia acontecer era perder-te.
- Também és um pai para mim Thomas. - disse eu sorrindo.
Alguém bateu á porta. Era Jack a informar que o jantar estava pronto.
- O que é que se passa entre ti e o Jack? - perguntou-me o Sr. Thomas.
- É difícil explicar Thomas... - comecei eu por dizer. - Ele salvou-me a vida, ele mexe comigo, mas eu não sei...
- Ele ontem desesperou ao ter a noção de que te podia perder. - contou-me o Sr. Thomas.
- Verdade? - perguntei-lhe eu.
- Sim. - respondeu o Sr. Thomas. Fiquei contente por saber isso de Jack. O meu coração acelarou mais do que nunca e esbocei um sorriso. - Tem cuidado com ele Jane. - alertou-me Thomas. - Ele esconde qualquer coisa, e tu não te podes envolver com ele.
- Através dele eu vou chegar ao Black Diamond Thomas, eu sei disso. - respondi-lhe eu. - Sei qual é o meu lugar...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Capítulo 14 - Coragem

Respondemos ao ataque. Só se ouviam os dispares dos canhões dos dois navios e os gritos de uma tripulação desejosa de vencer a batalha. O navio inimigo era-nos totalmente desconhecido. Não tinha bandeira pirata, e não era da marinha real. Por momentos pensei que fosse o navio de Black Diamond, mas era impossível. Se fosse, a minha tripulação iria mostrar mais medo, mas não. Todos estavam dispostos a tudo para vencer a nossa primeira batalha. Os piratas inimigos invadiram o meu navio. Naquele momento não podia ter medo. Tinha de lutar para sobreviver e não pensar no depois, só no momento. Jack juntou-se a mim e ajudou-me a combater. As nossas espadas atravessaram os corpos de dois piratas que se puseram à nossa frente. O grande problema é que eles eram o dobro da minha tripulação, o que tornava a batalha pior. Olhei para trás e dois dos meus homens jaziam mortos no chão, assim como outros da tripulação inimiga. Quando me virei novamente, reparei que um pirata estava prestes a matar Jack. Instintivamente puxei-o para mim e disparei contra o inimigo.


- Agora sim, estamos quites! - exclamou Jack, limpando a transpiração.
- Agora não Jack! - ordenei eu, à medida que me afastava de um ataque inimigo. - Se nos safarmos, falamos melhor sobre isso!
Receava pelo Sr. Thomas, por isso corri em seu auxílio. Reparei que os canhões pararam, o que significava que todos os homens se encontravam no meu navio. E onde estariam Marcus e Lyeel?
Um dos piratas inimigos apareceu á minha frente, disposto a tirar-me a vida a sangue frio. Retirei a minha pistola, mas antes que eu disparasse, alguém me agarrou. Era Jack. Fiquei irritada com ele. Ainda por cima estava agarrado a uma das cordas das velas do navio.
- O que é que estás a fazer? - perguntei eu irritada.
- A salvar-te a vida! - gritou agarrando-me cada vez mais para que eu não caisse.
- Eu não sou a donzela indefesa! - protestei eu. Retirei a minha espada, cortei a corda caímos os dois no meio do convés. Corri para o leme, pois estava vazio. Não o conseguia controlar, pois estava demasiado vento, e acabei por me desiquilibrar e caí no chão. Virei-me para trás e um homem alto e com um ar mais velho estava a apontar-me a espada. Pela sua fatiota percebi que ele era o capitão. Era a minha oportunidade de o matar. Se o fizesse, a batalha terminava. Tentou ferir-me, mas eu levantei-me a tempo e defendi-me. A sua persistência ao tentar matar-me acabou por me ferir. A sua espada rasgou-me a camisa de uma ponta à outra. Fiquei com um enorme corte da bariga até ao peito. Gritei cheia de dores.
- És uma mulher! - exclamou o pirata.
Com a minha mão tentava pressionar a ferida para que não perdesse tanto sangue.
- Sua ordinária! - gritou o pirata com um ar de vingança. Eu olhava para aquela criatura com um pavor terrível. - Não te posso matar já meu docinho! - exclamou ele agarrando-me por um braço. - Primeiro vou-me servir de ti! - Gritei. Era mais o grito de pavor do que um grito de dor. Tentei fugir, mas ele agarrou-me pelos pés e quase que me arrastou, como se eu fosse um saco de batatas. - Mesmo ferida, tentas fugir querida...mas não fujas já.
- Larga-me seu animal! - gritei eu com mais raiva do que nunca. A batalha estava a tornar-se horrenda. Por mais que eu gritasse pos ajuda, ninguém me iria ouvir. Estava a perder sangue e a perder as forças. Comecei a ver tudo à roda e a perder a voz. Tentava espernear mas nem forças tinha para isso.
Ele entrou no meu camarote comigo e trancou a porta. Deitou-me na minha rede e deitou-se por cima de mim. Eu gritava de desespero. Ele tapou-me a boca com um pano, mas eu já estava a perder as forças. Agarrou-me as pernas e começou a beijar-me o pescoço. Só conseguia mexer os pés. Reparei que a faca que o Sr. Thomas me oferecera nos anos estava junto aos meus pés. Alcancei-a com os dedos do mesmo.
- Para pirata até estás muito bem conservada! - sorriu para mim de uma forma totalmente bárbara, o que me enojou por completo. Ele preparava-se para me despir, eu com a faca nos dedos e espetei-a nas suas costas. Gritou de dor, e eu dei-lhe um pontapé que o fez cair no cjão. Cuspi o pano e levantei-me da rede com todas as minhas forças e aproximei-me do capitão que gritava de dor. Estava vivo, mas fraco demais para me fazer frente.
- Julgava-o mais forte, capitão! - gritei eu retirando-lhe violentamente a faca das costas, o que o fez gritar mais. Arrastei-o até ao convés. Deixei-o no chão e dei-lhe um pontapé. Metade dos homens estavam mortos no chão. Reparei que o Sr. Thomas estava ferido de um braço, mas continuava a lutar. - Meus senhores! - gritei, retirando a minha pistola. - A batalha acabou! - disparei sobre o corpo do caitão inimigo, matando-o logo.
A minha tripulação gritou de vitória. Os inimigos que se encontravam vivos iriam ser punidos. Comecei a sentir-me cada vez mais tonta e fraca. Ainda sangrava da minha ferida.
Jack correu em meu auxílio e agarrou-me. - Jane! - exclamou Jack. - Jane aguenta! - gritou Jack - Tragam toalhas, depressa! - ordenou.
Agarrei a mão de Jack para que ele não me abandonasse.
- Jane, fica comigo! - exclamou Jack.

sábado, 5 de junho de 2010

Capítulo 13 - Primeira Batalha



Assim que chegámos ao navio, fui ao meu camarote buscar panos e água para desinfectar o golpe que Jack tinha no braço. Este sentou-se nas escadas do navio.
Baixei-me e sentei-me junto de si. Subi a manga da camisa de Jack. O golpe não era muito profundo, mas precisava de ser tratado. Jack tinha pele morena e o seu braço era musculado. Molhei o pano com água e coloquei em cima da ferida de Jack.
- O que aconteceu Jack? - perguntei-lhe.
- Só queria umas informações, mas o cidadão pensava que eu o ia assaltar, e defendeu-se... - disse-me Jack olhando para o seu braço.
- Não te mexas! - ordenei-lhe eu. - Por uns segundos tenta estar quieto.
- Agora ficas só a dever-me uma Jane! - exclamou Jack.
- Não irias morrer só com este golpe. - disse-lhe eu afastando-me.
- Não sejas assim Jane! - pediu Jack irónico.
- Desculpa? - perguntei-lhe eu.
- Não te enganes a ti própria Jane. - começou Jack por dizer - Por detrás dessa tua faceta de mulher forte, está um coração sensível e terno. - Jack levantou-se e aproximou-se de mim. Naquele momento estávamos só os dois, sob o luar, cada vez mais próximos um do outro. Desejei que Jack não se afastasse de mim, e aproximei-me mais. Jack colocou as suas mãos na cintura e preparava-se para me beijar.
- Jane! - chamou o Sr. Thomas. Por impulso afastei-me de Jack.
- É melhor repusares o braço Jack. - aconselhei-o eu.
- Vai, o Sr. Thomas deve precisar de ti Jane! - exclamou irónico. - Mas este assunto não acaba aqui... - o seu tom atrevido estava a mexer comigo mais do que eu alguma vez imaginei.
O Sr. Thomas viu-me e fez-me sinal para que eu me aproximasse dele.
- O que aconteceu ao rapaz? - perguntou o Sr. Thomas.
- Um acidente. - respondi eu.
- Esse rapaz só se mete em sarinhos. - comentou o Sr. Thomas, o que me fez sorrir. - Jane, o que descobris-te em Port Royal?
- Sr. Thomas, agora mais do que nunca eu estou decidida a ir para El Dourado. - respondi-lhe eu. Contei-lhe toda a conversa que tinha tido com Karev, falei-lhe dos meus medos e das minhas anciedades. Mas apenas não toquei num assunto que me atormentava o coração...os meus sentimentos por Jack. Porque algo me dizia que não havia mal nenhum em gostar dele. Aquela maneira de ser mexia comigo. Mas faltava o ponto essencial, confiança. Mal o conhecia. Sabia que amava aventuras pelo mar, sabia que era mulherengo, e que escondia algo relacionado com Black Diamond.

Acordei cedo. Estava nevoeiro e não conseguia ver quase nada da minha janela. Lavei a minha cara com água fresca para ver se acordava de vez. Alguém bateu à porta e eu pedi que entrasse. Era Jack.
- Bom dia capitã! - exclamou Jack.
- Bom dia Sr. Nilton. - cumprimentei-o. - Vejo que a sua ferida está quase curada.
- Sim. - respondeu Jack. - acerca disso, obrigada por me teres ajudado Jane.
- Eu não te ia deixar sozinho em Port Royal. - disse-lhe eu enquanto limpava a cara à toalha.
- Só te queria agradecer Jane... - Jack virou-me as costas e dirigiu-se para a porta, mas parou antes de a abrir. Olhei para ele desconfiada, tentando perceber o que é que ele ia fazer a seguir. Virou-se numa questão de um segundo, agarrou-me e beijou-me. Correspondi ao beijo puxando-o cada vez mais para junto de mim. Jack tocou na minha camisa, mas nesse momento algúem entrou disparado no meu camarote.
- Capitã! - gritou Lyeel. Eu e Jack afastámo-nos e vimos a cara de choque de Lyeel.
- O que foi Lyeel? - perguntei eu chateada.
- Aproxima-se um navio! - respondeu-me exaltadamente. Olhei para Jack preocupada.
- Tem bandeira? - perguntou Jack.
- Não! - respondeu Lyeel.
Mal ouvi a resposta dele corri para o convés, e peguei na luneta de Lyeel.
- Piratas Jane? - perguntou-me o Sr. Thomas preocupado.
- Provavelmente. - respondi eu. - Cavalheiros! - chamei eu. - Icem a bandeira.
- Jane... - disse Sr. Thomas aproximando-se de mim. - Esconde-te no meu camarote.
- Não! - respondi eu determinada. - Eu vou lutar! - exclamei eu retirando a minha espada e a minha pistola carregada com pólvora. - Carreguem os canhões! - ordenei eu.
O navio aproximava-se cada vez mais. Atei o meu cabelo com um gancho e vesti um colete por cima da minha camisa branca, para não ser reconhecida. Sentia-me nervosa. Era a primeira batalha, e tínhamos que derrotar o inimigo. Os meus homens carregaram os canhões com pólvora, e de seguida foram buscar as suas armas. Jack aproximou-se de mim.
- Boa sorte Jane! - disse-me Jack.
- Boa sorte para ti também Jack! - exclamei.
Um dos canhões do navio inimigo disparou contra o meu navio, o que me fez perder o equilíbrio e caí nos braços de Jack.
- Que belo começo para uma batalha! - exclamou Jack irónico.
- Jack, isto não é uma brincadeira, é a guerra! - respondi eu saindo dali, pronta para disparar.