Deixem a vossa marquinha *.*

terça-feira, 20 de julho de 2010

Capítulo 22 - «Não temas o amanhã antes de viveres o dia de hoje»

O meu pai agarrou a minha mão. Sorriu-me e disse-me que me adorava mais do que tudo na vida e cantámos a nossa canção juntos. «Serei pirata até ao fim...»
- Jane! - gritou o meu pai em aflição. - Ele está a aproximar-se filha.
- Quem paizinho? Quem é que está a aproximar-se?


- Jane! - exclamou uma voz. - Jane acorda! - não era uma voz qualquer, era a voz de Jack.
- O que é que estás aqui a fazer? - gritei eu furiosa.
- Que humor fantástico logo pela manhã! - exclamou Jack irónico.
Levantei-me e aproximei-me de Jack. - Não dá azar só quando acordam os homens! - Peguei no meu alguidar com água e molhei a cara, limpando-a seguidamente a uma toalha.
- Estavas a sonhar com o quê? - perguntou-me Jack. Deve ter-se apercebido que era muito importante para eu estar danada com ele daquela maneira.
- Sonhei com o meu pai! - exclamei eu mandando-lhe com a toalha em cima.
- Eu peço desculpa...
- Sim está bem, mas o que é que fazes aqui? - perguntei-lhe.
- Eu precisava de te ver... - disse Jack pousando a toalha em cima da cómoda e aproximando-se de mim.
- Ainda cheiras a bebida! - protestei eu.
Jack cheirou a roupa e o hálito. - Só se for a roupa... - eu assenti com a cabeça. - Mas isso resolve-se... - desculpou-se retirando a camisa branca. - E agora?
- Muito melhor! - exclamei. Puxei-o para mim e beijei-o. Desejava-o e queria-o só para mim. Jack segredou-me ao ouvido que queria fugir comigo novamente para a ilha, que queria encontrar um tesouro com montes de ouro e garrafas de rum. E assim passámos o resto do amanhecer...abraçados.

O navio aproximava-se cada vez mais da América do Sul, onde no mapa estava localizada a misteriosa cidade de El Dourado. Os meus homens jantaram no convés à luz do luar e das velas. Falavam da cidade do ouro e eu juntei-me a eles.
- Já sinto o poder do ouro nas minhas mãos! - exclamou Till.
- Pois eu vejo que vou ter mais dinheiro do que tu! - picou Tyler.
- Dentro de dias seremos os piratas mais ricos dos sete mares! - exclamou Richard. - Aí até a marinha real nos vai temer ainda mais.
- Os nossos nomes vão ficar na história! - exclamou Till sonhando acordado.
- O teu? - perguntou Tyler. - Duvido muito!
- Olha lá, mas tu estás com a pinga ou quê? - perguntou Till começando a ficar furioso.
Nesse momento Jack aproximou-se e interviu para tentar controlar a situação. - Meus senhores! Tenham calma. Há muito ouro para todos! É uma parvoice dois cavalheiros discutirem por dinheiro!
Saí do meu camarote e apercebi-me do que se estava a passar. Jack estava novamente a iludir os corações ingénuos da minha tripulação. - Jack Nilton! - gritei, deixando todos a olhar para mim. - Chegue aqui, por favor! - Jack correu para ao pé de mim. - O que é que estás a fazer Jack? Não sabemos se de facto há pilhas de ouro nessa cidade perdida.
- Cada um acredita no que quer! - exclamou Jack.
- Começo a não poder contigo!
- Jane, tu amas-me, tens que poder comigo.
- Ai sim? - perguntei eu. - Pois bem, eu proibo-te de coltares a tocar neste assunto em frente a todos!
- Desculpa? - perguntou Jack. - Tu és tão...
- Tens que poder comigo! - respondi-lhe eu virando-lhe as costas.

Fui para ao pé do meu querido Sr. Thomas. Já não partilhávamos algum tempo juntos há bastante tempo e tínhamos saudades um do outro.
Ele olhou-me com o seu ar de desconfiado e eu sabia que não lhe podia esconder nada. - Eu só não quero é que eles se iludam com tanta fantasia!
- A era do ouro não acabou Jane, teve o seu auge há bastante tempo, mas o ouro é cada vez mais escasso. - explicou-me o Sr. Thomas. - Os teus homens no fundo sabem isso, mas a bebia provoca neles uma ingenuidade total.
- Cada um acredita no que quer...
- Jane, alguma vez pensaste em formar uma família? - perguntou-me o Sr. Thomas. Confesso que não estava mesmo nada à espera que ele me perguntasse tal coisa.
- Ah, nunca pensei nisso... - respondi-lhe.
- Bem, tu és tão nova... - disse-me o Sr. Thomas.
- Não. - respondi-lhe interrompendo-o. - Eu escolhi o meu próprio destino, e formar família não está incluído.
- Vou ter de acreditar em ti... - disse-me o Sr. Thomas beijando-me a testa e afastou-se de seguida. Senti um aperto no peito e percebi que não tinha dito tudo o que queria.
- É que... - disse, o que fez recuar o Sr. Thomas. - Eu não posso construir uma família sem destruir Black Diamond.
- Jane... - disse-me o Sr. Thomas.
- É verdade. - assenti eu. - Não poderei estar descansada enquanto Black Diamond não for destruído. - Definitivamente estava a começar a ficar exaltada. Lembrei-me do que sonhara hoje. Era como um aviso de que me aproximava de Black Diamond. O dia pelo qual eu desejara há muito estava a chegar e nada era certo do que poderia acontecer.
- Jane. - começou o Sr. Thomas por dizer, abraçando-me - Não temas o dia de amanhã antes de viveres o dia de hoje.
Entendi o que ele quis dizer e assenti. Apenas de uma coisa eu estava certa...teria que destruir Black Diamond antes que ele me destruísse a mim...

1 comentário:

  1. a primeira parte esta super fofinha *.*

    concordo com a Jane, e melhor ela começar apressar-se antes que Black Diamont chegue primeiro a El Dourado.

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