Deixem a vossa marquinha *.*

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Capítulo 23 - Terra à vista

Lyell acordara mais cedo. Fora o primeiro da tripulação inteira a acordar. Acordei com a euforia dos seus passos, logo no nascer da aurora. Ainda era bastante cedo, e eu não entendia o porquê de ele estar a pé tão cedo.
Numa questão de instantes saí para o convés e ouvi de imediato os gritos de Lyell: - Terra à vista!
A tripulação reuniu-se toda no convés. Eu peguei na minha luneta e confirmei que se avistavam praias ao longe. - Cavalheiros, chegámos à América do Sul! - anunciei.
- E onde é que está a cidade do ouro? - perguntou-me Till.
- Mais perto do que imaginas! - intrometeu-se Jack.

Cada vez estava mais certa de que Jack escondia algo. Ele estava demasiado seguro no que dizia sobre El Dourado, e tirando o seu lado irónico, havia qualquer coisa que me escondia. Por detrás daqueles olhos castanhos escuros encantadores, escondia-se uma mentira qualquer. Mas eu iria ter Jack debaixo de olho.
- Meus senhores quero a vossa atenção! - pedi. Quando todos me deram atenção continuei - Chegámos ao nosso destino! Mas lembrem-se, numa aventura nunca se perde a coragem e muito menos a emoção de estar a vivê-la!
Todos os cavalheiros da minha tripulação assentiram com a cabeça. Lyeel aproximou-se de mim e gritou para todos: - Viva a capitã!
- Longa vida à Jane Deverport! - gritou o Sr. Thomas.
- Meus senhores, preparem os botes. - ordenei - Vamos para terra!
Limpei a ocular da minha luneta enquanto Jack se aproximava cautelosamente de mim. - Qual é o plano capitão?
- Seguir os mapas, encontrar a cidade do ouro e no final, destruir Black Diamond! - respondi-lhe, pronunciando com maior firmeza "Black Diamond" e afastando-me de seguida.
- Porque estás a fugir de mim morena? - perguntou-me. Puxei-o para mim. - Retiro já o que disse! - exclamou Jack irónico.
Tirei a minha pistola e coloquei-a junto ao seu queixo. - Eu sei que escondes algo Jack! - exclamei eu. - Não ouses sequer trair-me ou nunca mais verás o nascer do sol. - ameacei-o
- Tão agressiva morena! - exclamou Jack irónico.
- Não me chames isso! - ordenei-lhe.
- Ao menos se morrer, quero morrer com um beijo nos teus lábios... - disse-me aproximando a sua boca à minha.
- Eu estou a falar a sério Jack, eu nunca perdoaria uma traição! - avisei-lhe. Os olhos de Jack desviaram o meu. O aviso estava dado.
- Eu não te escondo nada Jane. - afirmou.
- Não me vais obrigar a embebedar-te, pois não? - perguntei-lhe.
- Tu não eras capaz! - exclamou Jack muito seguro do que dizia, mas ao ver a minha cara mudou logo o tom - Ou eras?
- Eu faço tudo para conseguir o que quero Jack! - exclamei eu orgulhosa.
- Pirata! - exclamou Jack com orgulho. - Eu e tu somos iguais!
- Não Jack, não somos nem um bocadinho. - respondi-lhe.
- Porque é que não admites? - perguntou-me agarrando-me o braço.
- Admitir o quê? - perguntei-lhe.
- Que me amas! - respondeu-me directamente sem rodeios.
- Amor é uma palavra muito forte Jack. - afirmei eu. - Não a utilizes assim do nada... - respondi-lhe, soltando o meu braço.
Dirigi-me para junto de Marcus. Este estava muito concentrado a analisar o mapa.
- Precisas de ajuda Marcus? - perguntei-lhe.
- Este mapa... - começou Marcus. - Não sei, há qualquer coisa...
- Mas o mapa corresponde exactamente a esta praia...os pilares rodeados por água. - disse.
- E o que haverá por detrás destes pilares? - perguntou Marcus. - Segundo o mapa.
- Espera...este papel - afirmei eu. - Agora faz sentido!
- Desculpe capitã? - perguntou-me.
- Eu sempre analisei os mapas à luz das velas ou á luz da lua. - disse pegando no papel. Jack e o Sr. Thomas aproximaram-se.
- Jane? - perguntou o Sr. Thomas.
Peguei no papel e pu-lo na direcção do sol. - A luz do sol reflecte as letras ao contrário!
- Sim? - perguntou Jack.
- E as letras ao contrário formam as palavras "Ambição", "Desejo" e "Fortuna". - afirmei.
- O que signigica? - perguntou o Sr. Thomas.
- Estas palavras são relativas a El Dourado. - respondi. - A ambição dos homens ao encontrarem o ouro, o desejo de se afirmarem como senhores do ouro e o próprio ouro.
Jack olhou para mim espantado. - Como é que descobris-te isto tudo?
- Não foi com a tua ajuda! - respondi eu com um sorriso arrogante.
- Mas aqui fala no Rio Amazonas... - afirmou o Sr. Thomas olhando para o mapa.
- Temos de encontrar esse Rio! - exclamou Marcus.
- O que significa que teremos de deixar o navio para trás... - assentiu Jack.
- Nunca se deixa um navio para trás. - disse-lhe num tom menos arrogante. - E também há grutas e é aí que temos de ter cuidado. A uma certa hora do dia, a maré enche e as grutas ficam cercadas de água, correndo assim o risco de nos afogarmos.
- E qual é o plano Jane? - perguntou o Sr. Thomas.
No momento em que me preparava para responder, um estrondo de um canhão fez com que o meu navio estremecesse.
- Capitã! - gritou Lyell. - Temos companhia!
Voltei-me para trás e o meu cabelo solto acompanhou o movimento. Corri para o leme junto de Lyell e peguei na minha luneta.
- Tem bandeira? - perguntou Jack.
- Não. - respondi-lhe. - A minha pulsaçãso aumentou, o meu coração disparou, comecei a transpirar imenso e a ficar com suores.
- Capitã, sente-se bem? - perguntou-me Lyeel.
- É Black Diamond! - respondi-lhe transpirando cada vez mais. - Desta vez, tenho a certeza!

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