Deixem a vossa marquinha *.*

domingo, 9 de maio de 2010

Capítulo 6 - Jack Nilton

Passado duas semanas estávamos em Cuba. Foi bom estar em Terra outra vez. Apesar de ter sido uma paragem temporária, foi uma paragem que mudou inteiramente a minha vida. Chegámos à cidade durante a noite, e deixei bem claro que nenhum dos meus homens estava autorizado a matar quem quer que fosse, a menos que oferecesse resistência. Saímos do bote, e havia um profundo silêncio na praia. Ao longe, no meio da vila, viam-se velas acessas dos bares e tascas. Tenho de admitir que senti a minha consciência pesada, pois estava a pôr em causa os valores que me tinham ensinado. Roubar era um crime, mas eu precisava de o fazer, para sobreviver.Porque era esse o segredo, sobreviver...
- Capitão! - chamou Marcus, um dos meus homens. Olhei para ele - Começamos por onde?
- Aposto que aqueles armazéns estão cheios de armas que necessitamos, e não têm ninguém a vigiá-los. - disse eu sorrindo.
- Sim, meu capitão! - exclamou Marcus.
- Tragam tudo o que puderem! - ordenei eu.
Carreguei a minha arma e prendia ao meu cinto. Reparei que um dos meus homens olhava fixamente para mim. O seu olhar era assustador e pela sua expressão, notei que ele estava desconfiado em relação à minha identidade. Mas eu não podia mostrar medo, e ordenei-lhe que seguisse o resto da tripulação.
Chegámos ao centro da vila cubana. Uma parte dos meus homens acabara de pilhar os armazéns e vinham carregados com armas. Ordenei-lhes que metessem o material no bote, e que depois seguissem para o navio, enquanto eu e o resto dos homens pilhariamos o resto. Ouvia-se grande alarido de dentro de uma das tascas, por isso decidi entrar. Viam-se homens bêbados caídos no chão, oficiais da marinha entretidos com prostitutas. Sentei-me num dos bancos e pedi uma cerveja. Estava morta de sede. O empregado tinha um ar carrancudo e velho. Era nojento. Assim que me trouxe a cerveja, pousou-a em cima da mesa, e eu agarrei na caneca, mas o velho impediu-me e agarrou o meu braço com força.
- Desculpe-me, mas ainda sei reconhecer uma mulher! - exclamou ele silenciosamente.
Com a outra mão dei-lhe um murro e retirei a minha arma, apontando-a ao velho. Nesse momento toda a atenção se centrava exclusivamente em mim.
- Vais pagar por esta! - gritou o velho.
- Considere o murro como o pagamento da cerveja! - exclamei eu irónica.
Saí do bar rapidamente e reparei que a vila inteira já se tinha apercebido da presença de piratas. Peguei numa espada ali deixada e comecei a lutar. Numa questão de segundos, já corpos jaziam mortos no chão. Um oficial da marinha real veio pronto a enfrentar-me, mas estava tão bêbado, que bastou um pontapé, para o deixar caído no chão.
De repente olhei para trás e vi um dos oficiais a apontar-me uma arma, cerca de dez metros de distância. Antes que eu tivesse reacção, alguém agarrou-me e atirou-me ao chão, tendo o oficial falhado o tiro. A pessoa que me atirou ao chão disparou contra o oficial e este caiu morto no chão.
- Sai de cima de mim! - protestei eu.
- Boa maneira de agradecer! - exclamou o rapaz.
- Obrigada, mas agora larga-me! - ordenei-lhe eu, apontando-lhe a minha arma.
- Para mulher és muito corajosa... - disse-me o rapaz.
- O quê? - perguntei eu, reparando seguidamente que a minha camisa estava aberta e que se notara o volume do meu peito.
- Tu és uma deles! - exclamou o rapaz.
- Se queres continuar com vida, é bom que saias de cima de mim! - ameacei-o.
Sorriu-me atrevidamente e percebi logo qual era a intenção dele, e por isso dei-lhe uma joelhada na barriga, e aí ele saiu de cima de mim.
- Capitão fuja! - avisou-me um dos meus homens.
- Ela é que é o vosso capitão? - perguntou o rapaz.
- Ela? - perguntou Marcus.
Olhei para o rapaz furiosa - Nem sei quem és, mas odeio-te! - Eu estava incrédula de que como é que um pirralho como aquele tinha-me revelado, apesar de me ter salvo a vida. - Para o navio homens! - ordenei eu por fim.

Durante toda a viagem, nenhum dos meus homens trocou uma única palavra comigo. Eu não sabia o que lhes dizer. Assim que chegámos ao navio, descarregámos tudo o que tínhamos pilhado. O Sr. Thomas tinha ficado no navio e reparou que eu estava como Jane.
- O que aconteceu Jane? - perguntou-me o Sr. Thomas.
- Fui descoberta. - respondi eu, tentando manter-me calma. - Cavalheiros! - Todos se juntaram no convés, dispostos a ouvir as minhas palavras. - Lamento meus senhores. - comecei eu. - Lamento ter-vos escondido a minha identidade. O meu nome verdadeiro nome é Jane Deverport. - O Sr. Thomas aproximou-se de mim e encorajou-me. - Ainda me aceitam como vossa capitã?
Todos ficaram supreendidos com a minha atitude. Apesar de ser noite, conseguia ver os rostos deles iluminados pelo luar e pelas velas que estavam espalhadas por todo o convés. Olhei para Lyell e este mostrou-se estar do meu lado. Receava a reacção da tripulação, mas manti-me firme.
- Eu! - exclamou com convicção Marcus - Jurei lealdade para consigo capitã, e assim o será.
- Eu! - gritaram mais quatro homens, e mais quatro, e mais dois, até que uma voz os interrompeu.
- Tu não és meu capitão! - gritou um deles. Era o que sempre estivera desconfiado em relação a mim. - Nunca na minha vida irei receber ordens de uma mulher.
- Como te chamas? - perguntei-lhe.
- Marton. - respondeu-me retirando a sua espada, o que me obrigou a retirar a minha espada também. O Sr. Thomas tentou impedir-me, mas eu não deixei, e estava pronta para enfrentar Marton. De repente, alguém saltou do mastro cá para baixo agarrado a uma das cordas e com a sua espada trespassou o coração de Marton. Eu fiquei perplexa e ao mesmo tempo irritada. Aquele era o meu combate. Mas acima de tudo, queria conhecer o rosto de quem tinha feito tal serviço. Olhou para a sua espada cheia de sangue e guardou-a.Sem hesitar, virou a cara.
- Tu! - exclamei eu supreendida. Era o rapaz que me tinha salvo a vida em Cuba, e que me denunciara.
- Parece que mais uma vez salvei-te a vida! - exclamou o rapaz. - Ficas a dever-me duas!
Eu estava profundamente irritada com aquele rapaz - Ao menos posso saber o teu nome?
- Jack Nilton! - respondeu.

6 comentários:

  1. muito fixe ^^
    o moço deve ser jeitoso...axo que a Jane vai aproveitar-lo!

    ela vai-se apaixonar por este Jack Nilton :D


    Espero por mais!!

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  2. O Jack é da mesma idade de Jane, e apesar de serem bastante diferentes, posso adiantar que ele vai mexer com o coração dela:D obrigada por acompanhares:D

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  3. Está a ir muito bem Mári!! Parabéns :D
    Não demores muito a escrever o resto. Estou mortinha de curiosidade ;)


    Maggie

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  4. obrigada maggie:D
    vou ver se actualizo:)
    obrigada por acompanhares XD beijos*

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  5. Uau...
    Estas a ter ideias optimas. Esse Jack Nilton...





    Rita

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  6. Isto não é um livro (embora ache que tens potencial!) e, por isso, acho que as coisas estão a acontecer muito depressa. Por um lado é normal, não vais pôr posts e posts de descrições mas acho que ganhavas em fundamentar melhor algumas coisas... por exemplo, ela decidiu ser pirata e roubar, supostamente para sobreviver... mas a verdade é que ela é que escolheu uma vida criminosa. Ela tinha dinheiro suficiente para viver e até persegui o Balck Diamond de outras formas...

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