Deixem a vossa marquinha *.*

terça-feira, 4 de maio de 2010

Capítulo 2 - Crescer

África 1649


Tinha dez anos feitos. Foram os dez anos mais felizes da minha vida, até hoje. Tinha voltado de um longo dia de brincadeira na savana. Tinha-me aventurado a tentar capturar alguns animais, e apesar de não ter conseguido, vinha feliz para casa. Entrei pela cozinha, com a minha roupa completamente suja e estava cheia de nódoas negras. O meu cabelo liso e comprido estava cheio de nós e todo despenteado. A minha pele estava suja e transpirada.
Não podia correr o risco de que a Jill ou a Rosette me vissem neste estado, por isso saí dali rapidamente. Se fosse apanhada, era enfiada dentro de uma banheira cheia de água a ferver, com sais minerias que faziam bem à pele e ao cabelo! Que nojo! Odiava isso! Era um castigo para tomar banho! Mas o pior era quando me esfregavam toda da cabeça aos pés, o que me provocava uma quantidade de cócegas. E o cabelo? Chorava tanto quando mo penteavam!
A minha mãe não estava por perto, nem Jill e Rosette. Dirigi-me para o escritório do meu pai, disposta a partilhar com ele todas as minhas aventuras daquele dia. Sim, ele estava em casa, e só regressaria ao mar dentro de dois meses. A porta estava encostada e eu retardei o meu movimento. Ouvia vozes lá de dentro e eram as vozes do meu pai e do Sr. Thomas. Pareceu-me uma discussão, o que me entristeceu. Decidi espreitar, o meu pai estava sentrado na sua cadeira, enquanto que o Sr. Thomas passeava pelo escritório.
- Pela segunda vez Robert! - gritou o Sr. Thomas - Mais do que nunca, a Amelia e a Jane precisam de ti! - Ao ouvir o meu nome a ser mencionado, fiquei ainda mais curiosa.
- É por isso que tenho de voltar para o mar, Thomas! - disse o meu exaltadamente. - Black Diamond está a aproximar-se, eu não irei permitir que ele ataque a cidade.
- E como ficarão a tua mulher e a tua filha? perguntou o Sr. Thomas.
- Se eu for para o mar, destruo o navio de Black Diamond, e todos ficarão em segurança! - disse o meu pai tentando acalmar o Sr. Thomas.
Mas o Sr. Thomas não se mostrou convencido com a resposta o meu pai. - A tripulação do Black Diamond é muito forte. Nem a marinha oficial os consegue deter. - Nesse momento percebi que não era só o meu pai que corria perigo, mas sim todos aqueles que ousassem enfrentar Black Diamond.
- Mas podemos morrer a tentar! - gritou o meu pai. Nesse momento desiquilibrei-me e a porta abriu-se, e eu fiquei deitada no chão. Olhei com pânico do que tinha ouvido para o meu pai. - Jane! - exclamou o meu pai.
O Sr. Thomas ajudou-me a levantar. - O que é que aconteceu? Estás toda suja...
Eu não conseguia responder, estava assustada com o que estava a acontecer e não reagi. O meu pai aproximou-se de mim e tocou-me na face.
- Jane, parece-me que estás com febre! - disse-me o meu pai. - Vou chamar a Jill e a Rosette para te meterem dentro da banheira.
Mas eu não tinha febre alguma. O meu pai queria manter-me fora de perigo, longe daquela conversa, que um dia mudou a minh vida para sempre...

5 comentários:

  1. Tens de actualizar...
    Como eu disse no comentario anterior, ainda há muitos misterios por desvendar...
    Espero que continues!!


    Rita

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  2. Claro que continuo! Ainda agora comecei e não é agora que vou desistir*
    Obrigada:D

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  3. o que sera o Black Diamont? eu axo que e um barco..ou entao uma tripulação em que deram o nome de Black Diamont!!

    Espero pro mais :D

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  4. gosto muito deste capítulo
    ^^
    pelo simples facto de ela ser uma criança ( e eu tambem ^^)

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  5. Fico curiosa... como é que te lembraste de escrever sobre uma época tão distante e uma realidade tão diferente?
    Por norma, tendo a escrever sobre o que conheço bem, aspectos da minha realidade corrente. Mas tu aventuraste-te por outros caminhos e, até ver, estás a sair-te muito bem :)

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