Deixem a vossa marquinha *.*

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Capítulo 5 - Destiny

Por momentos o Sr. Thomas pensou que eu estivesse a delirar. Mas não estava. Eu tinha a perfeita consciência do que iria fazer, porque era aquilo que eu sempre quis ter. Uma vida assim, com perigo e liberdade. Era a minha decisão, e o Sr. Thomas tinha que a respeitar, mesmo que não a aceitasse.
- Jane, pensa bem no que acabas-te de dizer. - pediu-me o Sr. Thomas. -
- Eu já pensei, e já decidi. - respondi eu, por fim.

Nessa noite vesti umas calças pretas velhas, que me deixavam metade das pernas descobertas. Vesti uma camisa branca e um colete castanho. Acima de tudo, tinha que disfarçar os meus trajes femininos e parecer um homem. Não podia correr o risco de ser descoberta. Mascarrei a cara e entracei o meu cabelo. Calcei umas botas velhas e pus um chapéu com três bicos.
Saí do armazém onde estava e vi o Sr. Thomas, que para minha supresa, parecia um autêntico capitão pirata.
- Ok Jane, se tu estás nisto, eu também estou! - exclamou o Sr. Thomas. Pelo tom da sua voz, percebi que este não se sentia à vontade com a vestimenta que tinha no corpo, mas mais tarde acabaria por se habituar.
- Sr. Thomas - chamei eu. - Fica muito bem assim! - brinquei eu sorrindo.

Eu e o Sr. Thomas tínhamos uma grande missão pela frente. Navegaríamos pelos sete mares em busca de uma única coisa que eu queria encontrar, Black Diamond. Queria saber o que era ou quem era, e estava disposta a tudo por isso. Queria acabar a missão do meu pai. Queria vingar o nome dele. Ele tinha sido atráido para o mar para destruir Black Diamond.
Nessa mesma noite, eu e o Sr. Thomas encarregámo-nos de escolher a dedo uma tripulação. E não podia ser uma tripulação qualquer. Tinha de ser uma destemida, leal e corajosa, e não um bando de homens a cair de mortos, que a única satisfação que tinham na vida era a bebida. Era bom ter o Sr. Thomas ao meu lado, um homem com experiência em escolher uma tripulação, apesar desta ser diferente da tripulação da marinha real africana.
Todos os homens presentes naquele bar eram mais velhos do que eu. Muitos homens viúvos, outros por casar, mas bastou dizer a palavra "OURO" para que a fila aumentasse. Estes homens não tinham a noção que não iria ser uma jornada fácil. Mas estavam cegos só de pensar em ouro. Sim, esse metal dourado, que torna os homens tiranos e cruéis. Mas quem era eu para os censurar. Afinal, estava a tornar-me numa criminosa, com uma sede de vingança por algo que nem sequer conhecia, e sem medir os perigos que iriam aparecer. E lá estava eu, sentada numa cadeira, com as pernas em cima da mesa, onde o Sr. Thomas escrevia o nome de alguns dos homens. Muitos destes não sabiam ler nem escrever. Eram antigos escravos que nem um nome tinham. Certifiquei-me de arranjar um nome para todos os que não o possuíssem. O mais importante era que pelo menos soubessem manusear uma espada. O meu pai sempre me ensinara a manusear uma, e por vezes, antes do pôr do sol, fazíamos duelos.
Durante duas noites, preparámos os homens para embarcarmos finalmente no meu navio, que outrora fora do meu pai. Ao final desse tempo, até tive um certo orgulho naqueles homens. Eram boas pessoas, mas não deixavam de ser homens, e por isso, a minha identidade estava cada vez mais em perigo.Ser a única mulher no meio de trinta homens era um medo que me arrepiava a pele. Tinha que ter os mesmos hábitos repugnantes deles, comer como eles, manter-me suja e suada como eles, e comportar-me como eles.
Na nossa última noite em terra, sentei-me no areal da praia a observar o luar. Estava magnífico. Ver as lua cheia reflectida no mar, era uma beleza única. Suspirei de alívio, por estarem todos a dormir, à excepção do Sr. Thomas.
- Não tens sono Jane? - perguntou-me o Sr. Thomas.
- Não... - respondi sorrindo - Já viu Sr. Thomas, ao ponto que eu cheguei.
- Eu conheço-te Jane Deverport. Tu sempre quises-te esta vida, apesar de nunca ser uma vida que os teus pais escolhessem para ti.
- É verdade. - assenti - Mas nunca escondi isso de ninguém.
O Sr. Thomas abraçou-me como um pai. Senti-me mais protegida e feliz e abracei-o com imensa força, e naquele momento, só me apetecia chorar. O Sr. Thomas estava a ser uma pessoa incrível comigo, ao embarcar comigo nesta loucura, mas acima de qualquer coisa, estava a ser um pai para mim.


Acabei por adornecer encostada ao ombro do Sr. Thomas. Acordei com o amanhecer. As ondas do mar estavam calmas, e por sorte, todos ainda dormiam. Levantei-me e corri para um lago, junto da praia. Despi as minhas roupas suadas e sujas e mergulhei naquela água fresca a limpa. Foi um mergulho rápido, mas refrescante. Esfreguei o meu corpo e rapidamente saí dali. Escorri os meus enormes cabelos escuros e sguidamente vesti as calças. Tinha trazido uma blusa castanha da arca e decidi vesti-la. Quando estava a apertar um dos botões da camisa, reparei na presença de um dos homens da minha tripulação. Fiquei atónita quando o vi.
- És uma mulher. - disse o homem ainda a tentar convencer-se do que estava a ver.
- Qual é o teu nome? - perguntei-lhe.
- Lyell. - respondeu ele timidamente.
Apertei o resto dos meus botões e aproximei-me dele. - Lyell, ninguém pode saber que sou mulher.
- Jurei lealdade quando assinei o meu nome, sois minha capitã, e eu não vou trair a sua confiança! - disse-me Lyell ajeitando o seu chapéu.
- És um bom homem Lyell! - elogiei eu. - E agradeço a tua lealdade para comigo.

Minutos mais tarde, a minha tripulação inteira tinha acordado. Estava tudo pronto para embarcarmos. O navio do meu pai era meu agora. Baptizei-o como "Destiny". O navio tinha espaço suficiente para toda a tripulação. Tinha várias celas no porão. Possuía de dois camarotes, um para mim, e outro para o Sr. Thomas, enquanto que o resto da tripulação dormiria no convés do navio. A minha tripulação iria ter direito a todas as refeições que desejassem, porque tínhamos um cozinheiro a bordo.
Entrei dentro do meu camarote. De certa forma, durante os últimoas anos, fora o meu quarto, e era o maior. Ao fundo tinha uma janela enorme,com portadas de madeira aos quadrados, que dava perfeitamente para eu ver as estrelas. O meu camarote, tinha uma rede onde eu dormia, uma cadeira e uma mesa de madeira, um castiçal com velas em cima da mesa, juntamente coom uma pena e um tinteiro. Exigia sempre que o meu camarote fosse limpo, para diminuir o risco de doenças.

Comigo andavam sempre a minha espada e a minha pistola, sempre carregada com pólvora. Notei que me faltava uma bússola, e por isso, tinha que roubar uma.
Saí para o exterior do navio e reparei que todos os tripulantes, exerciam as suas funções.
- Cavalheiros! - gritei eu. - Preciso da vossa atenção! - Todos largaram o que estavam a fazer e reuniram-se no centro do convés para me ouvirem. - Temos uma grande missão pela frente. O nosso navio, neste momento não possui todas as armas de defesa, e por isso, necessitamos de obtê-las. Fazeremos uma paragem no lugar ideal para a nossa pilhagem. Roubaremos tudo o que tenha valor nesse mesmo local. - Pausei para perceber as expressões das caras dos meus homens. - Quem está comigo?
- Eu! - gritaram todos!
- Qual é o destino capitão? - perguntou-me Lyell.
- Para o leme Sr. Lyell. - ordenei eu. - O próximo destino é Cuba.

4 comentários:

  1. muito fixe! ^^

    gostei do nome do barco!
    so te dou uma dica, não faças textos muito grandes!

    Continua *_*

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  2. !!!!!!!!!!
    !!!!!!!!!!
    !!!!!!!!!!

    Sem palavras


    Rita

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  3. Obrigada pelos comentários:)
    sim, vou tentar fazer capítulos mais pequenos xD
    continuem a acompanhar, porque isto agora vai aquecer...

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  4. E assim começa a verdadeira aventura.
    Como é que uma "menina" educada como a Jane terá sido, tem dentro de sim tamanha autoridade e estratégia?
    Estou a gostar!

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