Deixem a vossa marquinha *.*

terça-feira, 4 de maio de 2010

Capítulo 1 - África


África 1639

A minha história começou numa bonita tarde repleta de sol. Era uma tarde de verão e todos se queixavam do calor. A minha mãe deu-me à luz. Segundo as criadas, foi um parto bastante complicado e o mesmo poderia ter-nos tirado a vida a ambas. Felizmente, as complicações acabaram, apesar de a minha mãe, Amelia Deverport, ter ficado bastante fraca. O meu pai, Robert Deverport fora quem escolhera o meu nome, Jane Deverport. Todos dizem que o meu nome foi dado em homenagem à esposa de um marinheiro português.
Os primeiros cinco anos da minha vida passaram-se. Todas as tardes, a minha mãe levava-me à beira do mar. Adorava senti-lo na minha pele e era capaz de ficar o dia inteiro a olhar para aquela ondulação maravilhosa que me fascinava. Connosco vinham sempre duas criadas, a Jill e a Rosette. A mniha mãe tinha receio que algo me acontecesse, por isso, decidia vir sempre acompanhada.
O meu pai raramente partilhava estas tardes connosco,uma vez que passava bastante tempo no mar. Era capitão da marinha africana. Todos os marinheiros o tratavam por Sir Robert Deverport, o forte, e tinham-lhe todo o respeito. O meu pai era visto como um herói, que derrotava navios de piratas e corsários vindos das caraíbas. O grande amigo do meu pai chama-se Thomas, mas eu sempre o tratei por Sr. Thomas, apesar de termos uma grande cumplicidade, gostava de chamá-lo assim. Conheceram-se em crianças e juraram a sangue tornarem-se marinheiros. O Sr. Thomas nunca fora casado, nem tinha fama de mulherengo, apenas era uma pessoa reservada e nõ gostava muito de partilhar a sua vida.
Habitávamos numa grande quinta, ou num palácio, como a Jill dizia, apesar de não pertencermos à realeza. A casa tinha doze quartos, mas apenas metade eram utilizados. Tínhamos um salão enorme onde a minha mãe gostava de dar bailes. O meu pai apesar de passar pouco tempo em casa, quando regressava, era homenageado com grandes banquetes, com comida exposta na mesa, de uma ponta à outra. Nunca gostei mito de bailes, apenas era engraçado ver as pessoas a dançar. Eu preferia gritar e correr pelas savanas com um pau na mão dizer que ia conquistar a selva, ou então passar dias inteiros a olhar para o mar e desejar tê-lo para mim.
A minha mãe adorava ler. Aproveitava quando eu dormia a sesta e lia o mais que conseguia. Éramos das poucas famílias que tinha uma biblioteca. Até ao pô-do-sol, a minha mãe aproveitava a luz natural, e depois recolhia-se. Os livros e eu eramos a sua grande companhia. Jantávamos as duas sozinhas, à luz das velas, e ela nunca proferia nenhuma palavra. Hoje percebo o medo que ela tinha de perder o meu pai no mar. Jill e Rosette viam muitas vezes a minha querida mãe no escritório a chorar ao ler as cartas que o meu pai lhe mandava e sempre que era lua cheia ela ficava esperançosa de o voltar a ver.
Recordo-me de uma vez, em que fomos esperá-lo as duas, ao porto. A minha mãe ainda não o tinha visto e já chorava só das saudades que tinha. O meu pai quando regressava, não conseguia esconder a felicidade de estar de volta ao seu lar...

7 comentários:

  1. Muito giro...
    Deixa alguns mistérios e histórias por contar...
    Talvez a história desvende os seus mistérios...


    Rita

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  2. E tu nem sonhas que mistérios é que aí vêm...mas penso que irá supreender:D
    Obrigada Rita:D

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  3. Priminha linda do meu coração ainda só li este capitulo e já fiquei com vontade de ler o teu blog todo embora neste momento o tempo seja pouco como sabes :s
    Continua assim que vais bem e se ninguém comprar os teus livros, o que duvido, eu vou comprar todos :)

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  4. O meu primo é uma pessoa mesmo querida:D
    por acaso, não estou a pensar em publicar esta história em livro, mas estou a escrever uma outra xD
    quando tiveres tempo:)
    Obrigada por acompanhares*
    adoro-te@*

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  5. Mariana, confesso-te que ainda não tingha lido por completo nenhum dos teus capítulos.
    Como os teus posts são naturalmente grandes e as minhas visitas aos blogues tendem a ter os minuyos contados, acabava por deixar sempre para depois...
    Mas imprimi os primeiros 4 capítulos e levei para casa, para ler este fim-de-semana e agora que comecei, hei-de continuar até ficar ao dia :)
    Estou agora expectante para saber mais sobre o futuro desta simpática família!

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  6. Sininho mais vale tarde que nunca e fico feliz por teres começado a acompanhar esta história. De uma coisa te digo, esta família vai passar por muito, mas é capaz de mover ventos e marés para ficar junta:)
    Beijinhos e obrigada:D

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