Deixem a vossa marquinha *.*

sexta-feira, 11 de março de 2011

Capítulo 14 - Cartas na mesa

- Então Jack quem é ela? - perguntou aquela vozinha fininha aguda. Senti no seu tom uma certa curiosidade.
- É a minha prima Jane! - exclamou Jack.
- O quê? - perguntei.
- Ah então somos da família! - disse-me a rapariga atirando-se nos meus braços. - Oh querida, precisas de mudar esse visual.
- Pois... - respondi olhando em seguida para Jack. Nesse aspecto ele não tinha mudado. Tinha sempre estas respostas com um pozinho de ironia. Sacana, pensei. Bem não seria muito inteligente da sua parte dizer "Ah esta é a Jane, uma amiga minha de alguns anos que conhecia em alto-mar e sabes, estávamos os dois bêbados e cometemos um pequeno deslize que se chama Robin!". No entanto, aquela situação com a menina rica estava a deixar-me muito desconfortável.

- Sesha querida estás a deixar a Jane pouco à vontade... - disse Jack tirando-a de cima de mim. Finalmente consegui respirar outro tipo de ar que não um infestado de perfume que tinha um odor enjoativo ao qual eu nunca estava habituada a cheirar.
- Querido, agora que os teus familiares estão todos aqui, porque não realizamos o nosso casamento? - perguntou. - Eu e o Jack estamos noivos há alguns anos, mas nunca surgiu a oportunidade certa.
Casamento. Significava que estavam noivos, tal como eu calculei. Não os criticava, tantos anos que estiveram juntos era natural que quisessem consumar o amor que sentiam um pelo outro. Apenas nunca imaginei que Jack se casasse. Ele sempre foi tão independente. Quis preservar tanto a sua liberdade que acabou por encontrar algo que o prendeu durante tantos anos.
- Ou será que foi obra do destino? - perguntou o Sr. Thomas. A sua pergunta desviou a atenção de Jack e Sesha para si. - Eu sou Thomas, o tio da Jane.
- Sim, ela é a sua cara! - exclamou não tendo a mínima noção do que estava a dizer.
- Jane, está na altura de entrarmos. - informou Jack. - Sesha, porque não vais até ao porto ter com o teu pai e depois encontramo-nos todos em casa? - a rapariga assentiu com a cabeça e saiu dali aos saltinhos como uma rapariguinha doida e com a cabeça na lua. Jack aproximou-se de mim e agarrou-me o braço para que eu não entrasse primeiro que os outros. - Eu devia ter-te falado nela...
- Houve muitas coisas das quais não falaste Jack, porque é que haverias de falar na tua noiva? - perguntei.
- Cheira-me a ciúmes... - disse Jack ao ouvido.
- Não te preocupes porque eu não me meto no vosso caminho! - exclamei.
- O problema é que sempre lá estiveste Jane... - disse-me olhando-me nos olhos. Estava a espera que saissem mais palavras da sua boca, mas Jack limitou-se a entrar naquele enorme edifício. Havia tanto para dizermos um ao outro. As suas últmas palavras deixaram-me tão pensativa. Tinha a sua verdade. Se Jack esperou tanto tempo para um casamento é porque algo o impedia de tal, e levava-me a crer que eu era a razão de tanta espera. Jack parecia estar bem ao lado de Sesha, afinal ela tinha uma posição importante na sociedade o que transmitia segurança a Jack, mas estaria ele apaixonado por ela? Essas questões só poderiam ter resposta se eu soubesse o que tinha acontecido durante estes anos todos. Mas isso era o que menos importava agora. O meu futuro e dos meus iria ser decidido dentro daquelas paredes e isso era o que eu mais temia...

A sala era enorme. Estava iluminada por um enorme candelabro. Já não me encontrava naquele tipo de ambiente há anos. Já me esquecera de como era viver em sociedade. Com homens a inalarem o fumo dos seus cachimbos, a tinta importada de um local longínquo que era utilizada para escrever no papel. O montede criados vestidos a rigor que vagueavam naquela sala e servirem os seus senhores. Tanta coisa que eu estava a reviver deixou-me numa posição ainda mais descofortável do que aquela que vivi lá fora. Outrora eu, devido aos meus antecessores, fora alguém importante na sociedade, mas nuna dei valor a isso, porque esses momentos em sociedade só aconteciam em ocasiões muitos raras, noemadamente quando o meu pai voltava do mar. Nos outros dias eu era apenas uma criança livre que adorava apanhar com a brisa do vento.
- Jane, eu nunca estive neste tipo de sítios... - confessou Lyeel.
- Isso gora não é o importante Lyeel. - tranquilizei. - Aquelas cabeças ali ao fundo têm o nosso futuro nas mãos...
- Porque não estamos algemados? - perguntou Lyeel.
- Porque alegadamente somos família do Jack! - respondi-lhe.
Jack aproximou-se de nós e encaminhou-nos para o centro da sala. Ao fundo encontrava-se uma mesa rectangular com três homens lá sentados, e um deles era o capitão Charles.
- Nunca pensei ver a filha do Robert aqui nesta sala... - disse um dos homens. O tom com que me abordou só acentuou a minha desconfiança.
- Sê bem-vinda Jane! - exclamou o terceiro homem.
Não sei se deva agradecer ou pedir a Deus que me tirasse daqui, pensei.
- Já deveis saber a razão porque estais aqui Jane! - exclamou o primeiro homem que me abordou. - Penso que o capitão Charles tenha dito alguma coisa.
- Não foi totalmente explícito! - ripostei.
- Eu tenciono ser breve. - disse. - O seu pai trbalhou connosco durante anos. Prestou-nos os seus melhores serviços como marinheiro real.Porém, deixou a nossa ilha com alguns assuntos pendentes. - as suas palavras deixaram-me confusa. - O seu pai há uns anos prendeu um homem acusado de pirataria que acabou por ser enforcado.
- Esse homem possuia uma rede de contrabando que tinha como objectivo roubar a coroa inglesa. - completou o outro homem. - Há anos foi roubado um tesouro de inglaterra de extrema importância. Como qualquer tesouro há um mapa envolvido e os mapas desapareceram quando o seu pai saiu.
- Eu não tenho mapas nenhuns! - exclamei.
- Mas estará certamente numa propriedade do seu pai. - afirmou Charles.
- A nossa casa ardeu, não sobrou mais nada! - exclamei. Ao recordar a minha casa senti-me tão triste. Todo o meu passado fora dvorado por chamas.
- Certamente existirão outras terras por aí! - disse Charles. - Precisamos da Jane e do que resta da sua tripulação para encontrar esse tesouro.
- E em troca?
- Estarão ilibados contra os crimes de pirataria a que estão acusados! - respondeu. Seria obrigada a concordar com a proposta. Não tinha alternativa. - Ah e Jane, deveria agradecer ao Jack por ter descoberto tudo isto, por sua conta! Sem ele nunca saberiamos tudo isto acerca do seu pai.
Foi como se o mundo tivesse desabado. Como se um enorme buraco se tivesse formado debaixo dos meus pés e eu caisse na escuridão. Não queria acreditar no que acabara de ouvir. Jack sabia de tudo isto desde o início e nunca me dissera a verdade. Isso fora a última gota...

5 comentários:

  1. Obrigada meninas:) bem vindas à aventura!:D

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  2. OMG :D
    Finalmente encontro aqui alguém que também goste de escrever sobre os piratas das caraíbas :)
    Também tenho uma história escrita, adoro escrever sobre piratas, mas nem sei se a poste ou não.. ahah.
    Fiquei mesmo contente, definitivamente sigo-te, e vou ler a tua história desde o ínicio! :D

    Beijinhos

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  3. Mst muito obrigada pelo elogio:) esta história é verdadeiramente inspirada nessa saga que eu amo! Se postares a tua diz-me que terei muito gosto em ler:) Beijinhos e bem-vinda à aventura:)

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