Deixem a vossa marquinha *.*

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Capítulo 10 - Tesouro Escondido

- Revejam este navio de uma ponta à outra! - ordenou Jack. - A frieza da sua voz provocou-me arrepios. Pior que isso, a segurança de Robin estava em perigo. Tinha de os deter de alguma maneira. Mas como?
- És o capitão daquele navio? - perguntei-lhe. O seu olhar cruzou-se novamente com o meu.
- Jane...
- És o capitão ou não? - perguntei novamente, querendo uma resposta directa.
- Não. - respondeu-me desviando o olhar.
- Então exigo falar com o vosso capitão! - ordenei. Antes que Jack apresentasse alguma objecção ao meu pedido interrompi-o. - Agora!
O meu tom de ordem fez com que a sua atitude se tornasse mais fria e dura. - Claro. - respondeu-me. - Mas vais como prisioneira. - disse-me, pegando nos meus braços para me colocar as algemas.
- De ti não esperava outra coisa, Jack Nilton! - exclamei, dirigindo-me para a tábua que permitia a passagem de um navio para o outro. Antes de colocar um pé naquele comprido pedaço de madeira, olhei para trás e zelei pela segurança de Robin. Toda a minha tripulação era prisioneira do seu próprio navio. Ao atravessar, olhei para o oceano que estava por baixo de mim e desejei atirar-me a ele e ser levada para bem longe dali. Jack estava mesmo atrás de mim e colocou uma das suas mãos nas minhas costas para que eu não me desiquilibrasse. A bordo do navio encontravam-se ainda mais oficiais da marinha, fardados dos pés às cabeças, possuindo armas mais evoluídas do que as nossas. Olhei novamente para o Destiny e nenhum sinal de Robin. Tinha esperança que ninguém o descubrisse e que nos deixassem voltar em paz. O meu olhar tomou atenção aos passos de Jack e a maneira como ele agia perante a lei. Aproximou-se de mim e olhou-me nos olhos. - O capitão está à tua espera.
- Ordena os teus homens que saiam do meu navio! - ordenei-lhe. - Jack, eu não sei que tesouro é esse que vocês tanto procuram!

- Tu és prisioneira! - exclamou. - Não tens autoridade nenhuma neste navio.
- Tu também não tinhas autoridade nenhuma de me teres feito o que fizeste! - disse-lhe, atirando-lhe a verdade à cara.
Jack agarrou no meu braço e conduziu-me ao camarote do capitão. Olhei para ele frustrada e entrei a seguir. O camarote era um sítio escuro, com uma pequena janela no fundo. Aproximei-me mais da claridade e na minha direcção caminhava um homem alto e musculado.
- É um prazer vê-la menina Deverport! - exclamou.
- Desculpe? - perguntei atónita quando ele proferiu o meu apelido.
- De facto a sua beleza não desvaneceu...dadas as suas condições de habitação. - disse com ironia.
- É o capitão deste navio? - perguntei-lhe.
- Falha minha! - ironizou. - Permita-me que me apresente...Capitão Charles Castro. - os seus olhos castanhos escuros pousaram nos meus. O seu olhar era duro, cansado e obsessivo.
- Como é que sabe o meu nome? - perguntei.
- Não lhe escapa nada, pois não menina Deverport? - constatou. - Eu tive o privilégio de conhecer o seu pai.
- Não querendo parecer rude, mas o seu tom pareceu-me sarcástico. - afirmei.
- Interpretou mal as minhas palavras... - disse-me. - Robert Deverport era um homem leal, bom e dedicado a servir a marinha real... - contou-me. - É uma pena que a filha tenha tomado um rumo tão diferente à sua vida.
- O que faz parte do meu passado não lhe diz respeito! - exclamei arrogantemente.
- Dada a sua condição de ser mulher solteira, capitã de uma tripulação de falhados, não lhe resta muito mais. - assentiu.
Aproximei-me mais do que determinada do homem que tinha à minha frente. - O que quer de mim?
- A Jane, e toda a sua tripulação, esperam a forca. - respondeu-me, mexendo no seu cabelo. Apesar da idade que tinha, os indícios de vaidade a si próprio estavam bem presentes. - Se voltar apenas como minha convidade, eu livro-a da forca.
- Mas? - perguntei-lhe sabendo que haveria algo mais por detrás de tal oferta.
- O seu pai era possuidor de um mapa muito valioso que nos conduzirá a um tesouro perdido. - afirmou.
- Não me resta nada do meu pai, a nossa casa de África ardeu. - respondi-lhe.
- É uma pena. - disse com ironia. - Esse tesouro poderia salvar-lhe a pele e à sua tripulação...
- Eu não tenho mapa nenhum! - afirmei.
- Nesse caso assistirá ao vivo à morte de cada um dos seus mortos-vivos tripulantes, um por um... - ameaçou-me.
- O que é que esse tesouro tem de tão valioso? - perguntei-lhe. - Já que estou metida no assunto exigo saber as circunstâncias!
- O desejo de querer conhecer sempre mais, por vezes pode tornar-se uma arma inimiga, Jane. - apontou. Aproximou-se de mim e colocou-se junto ás minhas costas, afastando o meu cabelo da orelha e sussurrou: - Não tens muito mais opções Jane! - o seu sussurro foi como uma pedra no meu coração. - Jack! - chamou. Por mais abalada que me encontrasse, eu tinha de arranjar uma solução para salvar o meu filho. E Jack contra mim? Como é que a vida de uma pessoa muda assim tanto? Jack entrou no camarote e pegou-me num dos braços, levando-me de volta para o convés. O meu olhar paralisou assim que vi dois homens a agarrar cada um dos braços do meu filho.
- Encontrámos esta criança a bordo do navio, senhor! - disse um dos homens a Jack.
Robin tentou manter-se calmo, mas o seu olhar indiciava sinais de medo e de perigo.
- Larguem a criança! - ordenou Jack. As suas palavras, por segundos, deixaram-me mais aliviadas. Porém, Jack aproximou-se de Robin e aí o meu coração voltou a bater cada vez mais depressa.
- Um rapazinho a bordo! - exclamou Jack. - Não é comum não. - eu mantinha-me atenta a todas as reacções de Jack. Pai e filho estavam pela primeira vez juntos, em frente um do outro, e nenhum deles sabia o seu grau de parentesco um com o outro. Jack retirou o chapéu de Robin e acariciou-lhe o cabelo. - A criança está assustada. Ela deve voltar connosco para terra.
- O quê? - questionei-o.
- A lei não permite que crianças sejam enforcadas. - informou-me. - O rapaz merece uma vida melhor. - Forçadamente dei razão a Jack. Robin merecia tudo o que eu lhe pudesse dar. Uma vida longe do perigo, uma vida de conforto. Porém, jamais permitiria que essa vida fosse longe de mim.
- Jane, estou com medo! - disse Robin agarrando-se a mim.
- Não faz mal Robin, todos temos medo. - disse-lhe tentando acalmar-me. - Tu e eu estamos juntos nisto e nada nem ninguém nos vai separar. - prometi-lhe. - Robin, tu tens de me prometer que vais ser forte aconteça o que acontecer!
- Sim mãe, eu prometo! - exclamou. Assim que a palavra «mãe» ecoou nos ouvidos de Jack, este institivamente olhou para nós e ficou perplexo a olhar para nós. Aproximou-se de mim e levantou-me calmamente.Num acto de defesa Robin pôs-se à frente, mas eu tirei-o do caminho. Jack olhou para mim fixamente e perguntou: - Tu tens um filho Jane?

2 comentários:

  1. Sim tótó tenho um filho :P tu não tiveste cuidado e agora olha anda uma jackzito à solta nos mares eh eh :)
    Tá muito fixe priminha continua assim =)

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  2. Ah primo adorei o teu comentário. Mas olha que se o Jack soubesse da situação da Jane não se teria ido embora...
    bjs* continua a seguir:D

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