Deixem a vossa marquinha *.*

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Capítulo 8 - Fantasmas

Pacífico, Junho 1668

Estava escondida por debaixo da terra que milhares de homens pisavam sob aquele sol abrasador que caracterizava o clima tropical. Eu e a minha tripulação fazíamos contas à vida arriscando a nossa vida mais do que nunca. A apenas alguns metros de distância encontrava-se um homem. Um homem que tinha o nosso futuro nas mãos. Eu que sempre brincara com o fogo, agora era inútil fazê-lo. Durante cinco anos eu consegui manter Robin em segurança, mas era tarde demais agora. Se não recuperasse aquele anel valioso que valia mais que centenas de vidas, era a minha vida que estava perdida...mas antes muito aconteceu...

Atlântico, Maio 1668

- Robin já chega, está na hora de te acalmares! - ordenei-lhe.
- Jane, já devias saber que não consigo parar quieto! - ripostou Robin. Sempre me tratara pelo meu nome e nunca por "mãe" exceptuando ocasiões de tristeza, nas quais se refugiava em mim e afirmava que sentia um vazio. Esse vazio apenas poderia ser preenchido por uma única pessoa, Jack. Durante anos Robin nunca perguntou pela existência ou pelo paradeiro do seu pai. Também eu me interrogara todas as noites sobre Jack. Onde estaria? Estaria vivo? Estaria sepultado no profundo do oceano? O meu coração tinha esperança de que ele se encontrava vivo, mesmo sabendo que nunca mais nos voltaríamos a ver.

Robin adorava a companhia de Lyeel, mas nunca o vira como um pai. Sabia que esse facto entristecia Lyeel, mas o amor que sentia pelo meu filho sobrepunha-se sempre a essa dor. Robin era um rapaz curioso mas nunca me questionou acerca do meu passado com Jack. Apenas tinha conhecimento que ambos nos tínhamos separados, mas nunca procurou entender mais do que isso. Uma criança de nove anos entendia melhor o mundo do que eu, por vezes. Durante nove anos Robin audou-me a sorrir novamente para a vida. Ele por si só era a minha razão de viver. E dáva-me uma enorme alegria saber que era uma cirança feliz, mesmo sem nunca ter visto crianças da sua idade, ou sem nunca ter participado numa caça com o pai o com o avô, o que acontecia com as crianças do meu tempo.

Estava no meu camarote à luz das velas a fazer o diário de bordo. Tinha sido um mês calmo a bordo do Destiny, sem grandes complicações no que tocava à marinha real, mas faltava algo na minha vida. O sentido de aventura, de adrenalina, de mistério e perigo. Estava-me no sangue ser assim e tanto eu como os meus homens sentíamos isso. Molhei a pena na tinta e preparava-me para escrever quando Robin invadiu o meu camarote.
- Rende-te malvado pirata, ou terás o teu coração trespassado pela minha espada! - gritou Robin com um tom de voz grave e aventureiro.
- Muito engraçadinho Robin Deverport, mas agora está na altura de dormir! - afirmei.
- Jane já não sou nenhum bebé! - opinou.
- Nenhum membro deste navio é um bebé, mas todos precisamos de dormir! - argumentei.
- Mas eu sou o capitão do navio, preciso de fazer a ronda para ver se piratas malvados como o Black Diamond atravessam o nosso caminho.
- Black Diamond? - perguntei instintivamente. - Quem te falou nele?
- Ah... - respondeu-me desviando o olhar. - Li sobre ele...
- Andaste a vasculhar não foi? - perguntei elevando o meu tom de voz. Robin mordeu o lábio tentando arranjar uma forma de se salvar dali. - Eu já te disse que não deves mexer em nada do que não seja teu!
- Mas Jane... - tentou explicar-se.
- Robin, não voltes a falar dele! - ordenei-lhe.
- Porque é que tens medo de um pirata que nem sequer existe? - a sua pergunta foi como um tiro no meu estômago. Como é que uma assombração poderia interferir naquela que hoje era a mniha vida? Durante meses Black Diamond fora a razão pela qual eu não dormia de noite, a pessoa que eu mais temia que me roubasse a vida.
- Robin... - disse carinhosamente. - Vamos dormir e esquecer o assunto, está bem?
Robin assentiu com a cabeça e dirigiu-se para a sua rede. Suspirei e saí do meu camarote, caminhando pelo convés do Destiny, meditando sobre o que acabara de acontecer.
- Jane? - chamou o Sr. Thomas.
- O Sr. Thomas assustou-me...
- Isso nem parece teu Jane. - estranhou. - Está tudo bem?
- O Robin mencionou Black Diamond. - respondi preocupada. - Eu não sei como, mas ele tem conhecimento dele. Por mais que o faça como referência apenas a um fantasma, não deixa de me preocupar. - confessei.
- Jane, ambos sabemos que Black Diamond está morto. - salientou o Sr. Thomas. - Morto. Não tens de temer nada em relação à alma de um homem morto. - Poisou o seu braço nos meus ombros. - Durante meses essa figura atormentou os teus sonhos, quase que te tirou a vida, mas ele está morto Jane.
- Eu apenas estou assustada, nada mais. - afirmei.
- Está na altura de esses fantasmas desaparecerem por completo Jane. - mencionou o Sr. Thomas. - O Robin é uma criança curiosa. Como tal, não deves mostrar receio ao falar de Black Diamond. - aconselhou. - Porém, acho que não deves transpô-lo para o que aocnteceu na nossa vida.
- Tem razão Sr. Thomas. - disse, mostrando de seguida um sorriso como forma de agradecimento.
Levantei-me e recolhi-me esperando anciosamente pelo começo de um novo dia...

2 comentários:

  1. Priminha só uma pergunta... Dás a entender que vais contar algo que já se passou e de repente saltas 20 anos para a frente :s

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  2. Ai tens razão querido primo! Obrigada pela correcção, vou já alterar:P
    Bjs adoro-te:)

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