Deixem a vossa marquinha *.*

sábado, 18 de setembro de 2010

Capítulo 28 - Agora ou nunca

- Jane, temos de sair daqui e já! - gritou-me o Sr. Thomas de longe.
Preparava-lhe para responder quando Black Diamond me agarrou e me impediu de avançar mais. - Tu não vais sair daqui minha menina!
- E é você que me vai impedir? - perguntei-lhe. - Preocupe-se mais em salvar a sua pele que eu preocupo-me mais com a minha.
- E se sobreviveres Jane, podes juntar-te à minha tripulação! - exclamou.
- Preferiro morrer do que juntar alguma vez a ti! - disse-lhe.
- Não te julgues mais inteligente do que eu Jane Williams! - ameaçou-me Black Diamond. - Nem que eu morra a tentar. - A precisão nas suas palavras assustava-me cada vez mais. Estava obssecado por mim e os seus olhos perdiam-se pelo meu corpo. Com o meu braço direito estava livre dei-lhe um valente murro na cara. Black Diamond desta vez não reagiu.
Montes de canibais jaziam mortos no chão. Antes que o cheiro a morte se propaga-se, tentei juntar-me a Lyeel e a Marcus.
- Jane, esta é a nossa oportunidade de fugir! - disse-me Marcus.
Black Diamond estava mais perto do que nunca do meu alcance. - É agora ou nunca Marcus! - exclamei. - Esta pode ser a minha última oportunidade de o matar!
- Não Jane! - impediu-me Lyeel.
- Larga-me Lyeel! - ordenei-lhe. - Eu não passei por tudo isto para ele sair impune!
- Jane, a maré vai subir. - disse-me. - Se não sairmos agora podemos não conseguir sair! - explicou-me.
As palavras de Lyeel fizeram-me pensar num plano. A maré ia subir mas Black Diamond não estava consciente disso, apenas se importava com o ouro. Além disso, nem todos os piratas sabiam nadar, o que beneficiava a nosso favor.
Não sobrou único canibal e nenhum deveria estar escondido por detrás da vegetação. Alguns piratas morreram, mas Black Diamond mostrou-se feliz com a vitória.
- Meus senhores! O ouro está à nossa espera! - exclamou. Todos os piratas da sua tripulação gritaram "Hurra", mas eu e os meus homens permanecemos calados e quietos! - Agora Jane, dás-me a honra de descobrir o ouro comigo?
- Não há ouro Black Diamond! - gritou Jack.
- E que sabes tu sobre o que existe ou não neste fim do mundo? - perguntou-lhe.
- Não sejas ingénuo Black Diamond! - exclamou Jack. - Se lutares pelo ouro, vais ficar a apodrecer com ele sozinho nesta ilha!

- Eu não fico sozinho! - disse bastante determinado. Black Diamond fez sinal aos seus homens e quando dei por mim tinha sido agarrada por dois deles. - A tua querida Jane vai ficar comigo.
Decidi não mostrar medo, pois isso só me punha em pior situação. Decidi enfrentar Black Diamond.
- Se morrer, morremos os dois! - exclamou Black Diamond. - Afinal, nada melhor que morrermos com a pessoa que amamos ao nosso lado. E tu Jack, morres também.
- Tu vais morrer Black Diamond. - assenti eu. - Mas não é de fome, de sede ou de loucura. Eu própria vou acabar contigo!
Lyeel reparou que um dos canibais mortos tinha consigo uma seta com veneno que punha a vítima a dormir. Cautelosamente pegou na mesma e com o arco atirou a flecha contra Black Diamond deixando-o no chão. A tripulação revoltou-se e preparou-se para lutar, mas foram impedidos pelo barulho das ondas do mar a embaterem nas grutas.
- Jane, a maré está a subir cada vez mais! - gritou-me o Sr. Thomas!
Black Diamond estava caído nio chão, totalmente indefeso. Era a altura perfeita para acabar com a sua vida. Retirei a minha espada e concentrei todas as suas forças nela, preparando-me para encaravá-la no seu coração de gelo.
- Jane, não! - gritou Jack impedindo-me.
- Deixa-me Jack! - ordenei-lhe com lágrimas nos olhos. - Eu vou fazê-lo pelo meu pai!
- Não o mates, não desta forma! - aconselhou-me Jack. - Ele vai acabar por morrer aqui, sozinho!
As minhas lágrimas não paravam de cair. - O meu pai morreu por causa dele! - exclamei.
- Jane, se não sairmos daqui, vais acabar por morrer também, a maré está a subir descontroladamente. O corpo de Black Diamond vai acabar por ser arrastado pela maré! - disse-me Jack.
Preparando-me para o matar outra vez, Jack impediu-me e agarrou-me correndo comigo ao colo em direcção da gruta. Jack largou-me e decidi não voltar para trás, e tentar voltar sim ao meu navio. A minha tripulação estava do meu lado, decidida a voltar para o nosso navio e começar de novo.
De repente, o barulho das ondas a embaterem na gruta tornou-se mais violento e mais temível. A água invadiu as rochas que pisávamos com uma força incrível. Comecei e a ver a minha vida a andar para trás. Tentei andar mais um bocado, mas a velocidade com que a água vinha, arrastava-me contra as rochas. Tentei abrir os olhos, mas não conseguia. Senti os braços de alguém a envolverem e percebi que eram os de Jack. Senti a minha cabeça a sangrar, devido ao choque com a rocha.
- Jack? - perguntei.
- Eu estou aqui, não te vou largar! - prometeu-me Jack.
Fechei os olhos e agarrei-me com mais força à mão dele. Sentia a cabeça a andar à roda e comecei com alucinações. Vi o meu pai a caminhar na minha direcção a dizer-me para não desistir. Dezenas de recordações dos meus tempos de criança preencheram a minha mente. O meu pai sentado na sua poltrona a fumar o seu cachimbo em plena luz do dia, pegando-me ao colo e sorrindo para mim. As imagens tornaram-se cada vez menos nítidas e acabaram por desaparecer...

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