Deixem a vossa marquinha *.*

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Capítulo 15 - Marcha

Acodei deitada na minha rede. Estava coberta de ligaduras e só sentia dores por tudo o que era sítio. Não me recordava bem do que é que se tinha passado, mas a imagem do capitão surgiu na minha cabeça, o que me arrepiou a espinha. Mas tinha que esquecer esses momentos. Estava viva e nada mais interessava. A minha cabeça aos poucos ia conseguindo manter as coisas nítidas. Levantei-me devagar pondo a minha mão por baixo do meu peito, e dirigi-me para a porta. Jack abriu-a e entrou no meu camarote.
- Jane! - exclamou Jack sorindo por me ver bem.
- Olá Jack! - cumprimentei-o, tentando sair.
- Aonde é que vais? - perguntou-me Jack, impedindo-me de sair.
- Preciso de ver se todos estão bem! - exclamei eu tentando sair.
- Jane, tens que repousar. - ordenou-me Jack. - Ontem perdes-te muito sangue.
- Mas agora estou bem! - exclamei. - Deixa-me sair Jack!
- Tu és sempre assim tão teimosa? - perguntou-me.
- E tu és sempre assim tão...tão... - dei-lhe uma cotovelada e saí porta fora.
Jack agarrou-me pela cintura. - Desculpa, mas tenho ordens expressas do Sr. Thomas para não te deixar sair!
- Larga-me imediatamente Jack Nilton. - ordenei-lhe eu.
- É preciso amarrar-te? - perguntou Jack.
- Não! - gritei aterrorizada lembrando-me do que aocnteceu na noite passada. - Não me deites ali Jack por favor!
Jack pousou-me no chão e reparou que eu estava a tremer e a chorar. - Jane, desculpa! - disse-me abraçando-me. - Eu vou proteger-te Jane, nenhum homem vai voltar a pôr as mãos em ti! - o corpo de Jack estava quente e eu pousei a minha cabeça no seu corpo.
- Aquela rede vai ser atirada ao mar, para que se afunde para sempre nas águas do atlântico! - levantei-me e cortei as cordas da rede com a minha faca, ainda manchada de sangue do capitão. - Ele teve o que mereceu. - disse olhando para a faca. - Puxei a rede, abri a minha janela, e atirei-a para o mar.
Jack aproximou-se de mim e pôs a sua mão no meu braço. - Está tudo bem Jane!
- Obrigada por me teres salvo a vida. - agradeci-lhe.
- Consegui cozer a tua ferida. - respondeu-me.
- Foste tu quem me cozeu? - perguntei-lhe atónita com o que ele me contou.
- Sim, mas não te preocupes que portei-me como um profissional... - disse-me, por fim.
Fomos os dois para o convés. O Sr. Thomas assim que me viu correu para me abraçar.
- Jane! - exclamou o Sr. Thomas. - Não imaginas a alegria que me dás!
- Também estou feliz por estar vivo Sr. Thomas. - disse-lhe eu abraçando-o novamente. Lyeel e Marcus estavam vivos, assim como Till e Richard. Fiquei feliz por vê-los bem e vivos.
Seis homens da tripulação inimiga estavam feridos, mas vivos. Iria ser punidos. Estavam de joelhos lado a lado tremendo por tudo o que era sítio.
- Que vai ser dles capitão? - perguntou-me Till.
- Vão ser abandonados numa ilha deserta, onde acabarão por morrer á fome. - disse-lhe eu. - Ou então, para acabar com o sofrimento de uma vez, andam aos tiros uns aos outros. - Sr. Nilton?
- Sim capitã? - perguntou-me Jack. - Trate de arranjar uma pistola para cada um destes senhores. - respondi-lhe eu. - Ah, e uma bala em cada pistola!
- Sim, capitã! - respondeu-me Jack.
Em duas horas avistámos a costa de uma pequena ilha. Era estranho castigar homens que tiraram a vida aos meus. Sempre estivera habituada a castigos, pois os meus pais faziam sempre questão em castigar-me quando eu chegava a casa com as roupas todas rasgadas por andar a brincar na savana.
Colocámos a prancha no navio, e todos eles marcharam em relação a ela. Estavam com os pés e com as mãos atadas. Colocámos a pistola na mão de cada um. Iam marchando como de uma cerimónia se tratasse. Um deles armou-se em esperto, disparando contra a tripulação, ferindo só de raspão Richard. Dei um pontapé na prancha, o que a fez vibrar, e todos os homens acabaram por cair ao mar. Dei ordem para partimos e deixamos aquelas seis almas perdidas em alto mar.

Era fim da tarde. O céu estava escuro como a noite. Iria haver uma grande tempestade, por isso todos estávamos no interior do navio. Eu estava no camarote do Sr. Thomas sozinha a analisar os mapas de El Dourado.
- Como está a tua ferida Jane? - perguntou-me o Sr. Thomas entrando no seu camarote.
Pousei a lupa e o mapa em cima da secretária. - Está melhor, Sr. Thomas.
- Precisas de repousar Jane! - aconselhou-me carinhosamente o Sr. Thomas. - Ontem quase que te perdi.
- Estou viva Thomas, eu só quero esquecer o dia de ontem. - pedi eu ao Sr. Thomas.
- Claro querida. - disse-me o Sr. Thomas sentando-se ao meu lado. - O Lyeel está no leme, e eu vim falar contigo.
- Sim, diga.
- Jane, ainda vais a tempo de desistir. - disse-me o Sr. Thomas - Tu já arriscas-te demais querida.
- Eu sei o qeu estou a fazer Thomas. - respondi-lhe eu com um tom ligeiramente mais grave. - Eu não vou desistir desta vida, só porque todos os dias me ponho em perigo. Eu escolhi esta vida para mim. - Levantei-me e comecei a dar votlas pela mesa.
- Tu és uma das pessoas mais corajosas Jane. - elogiou-me o Sr. Thomas. - Mas a pior coisa que me podia acontecer era perder-te.
- Também és um pai para mim Thomas. - disse eu sorrindo.
Alguém bateu á porta. Era Jack a informar que o jantar estava pronto.
- O que é que se passa entre ti e o Jack? - perguntou-me o Sr. Thomas.
- É difícil explicar Thomas... - comecei eu por dizer. - Ele salvou-me a vida, ele mexe comigo, mas eu não sei...
- Ele ontem desesperou ao ter a noção de que te podia perder. - contou-me o Sr. Thomas.
- Verdade? - perguntei-lhe eu.
- Sim. - respondeu o Sr. Thomas. Fiquei contente por saber isso de Jack. O meu coração acelarou mais do que nunca e esbocei um sorriso. - Tem cuidado com ele Jane. - alertou-me Thomas. - Ele esconde qualquer coisa, e tu não te podes envolver com ele.
- Através dele eu vou chegar ao Black Diamond Thomas, eu sei disso. - respondi-lhe eu. - Sei qual é o meu lugar...

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